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As serpentes e o bastão: tecnociência, neoliberalismo e ... - CTeMe

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Exemplo 2. Enunciações com baricentro na divulgação e disciplina<br />

TEXTO Elementos<br />

Era do conhecimento<br />

Em todo o mundo, discussões sobre a importância do avanço do conhecimento<br />

científico tendem a ser marcadas [...] pelo discurso de caráter utilitário. É quando<br />

partem da sociedade perguntas como “para que serve determinada descoberta?” [...] O<br />

assunto foi discutido [...] em São Paulo, durante debate paralelo à exposição Revolução<br />

Genômica [...] Na ocasião, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da<br />

FAPESP, e Roberto Freire, presidente do Partido Popular Socialista (PPS) [...] foram<br />

desafiados a responder o questionamento do título da mesa-redonda: “O avanço da<br />

ciência torna a humanidade melhor? [....]”. Na opinião de Brito Cruz [...] é<br />

fundamental que os cidadãos comuns tenham um conhecimento geral, ainda que de<br />

maneira superficial, de alguns temas estratégicos que são investigados nas<br />

universidades e nos institutos de pesquisa. “Nem todo mundo precisa entender a<br />

fundo como funciona o DNA, por exemplo, mas é importante ter noções sobre o<br />

assunto, se não a sociedade pode ficar sujeita a crendices que a induzem a se sentir<br />

enganada ou a desconfiar dos cientistas”, disse. “Enquanto a ciência aprende novas<br />

coisas e ajuda o ser humano a se tornar dono do seu destino, cabe à sociedade se<br />

organizar para aplicar ou não esse conhecimento em benefício da população”,<br />

afirmou. Por outro lado, segundo Brito Cruz, estar a todo momento em busca de<br />

benefícios práticos para a ciência pode ser um equívoco, considerando que há certas<br />

descobertas que não resultam em aplicação imediata. Muitos resultados de estudos<br />

serviriam mais para tornar a humanidade melhor do que para qualquer outro tipo de<br />

aplicação prática que pudesse resultar, por exemplo, na fabricação ou na inserção de um<br />

novo produto no mercado. “Com sua curiosidade inata, o ser humano sempre procurou<br />

conhecer mais. [...]”, disse. Para Roberto Freire, se os seres humanos têm hoje a<br />

oportunidade de conseguir uma qualidade de vida cada vez mais satisfatória, em parte<br />

isso se deve ao conhecimento científico acumulado desde os primórdios da civilização<br />

[...] “Os cientistas partem do desconhecido e se dedicam às suas pesquisas para<br />

inovar e salvar vidas”, assinalou. [...]<br />

(Romero, T. “Era do conhecimento”, Notícia publicada pela Agência FAPESP, 10 de<br />

março de 2008) 318 .<br />

318 http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=8684<br />

358<br />

LUZES<br />

A ciência é neutra, mas seus<br />

avanços representam também<br />

avanços morais...<br />

SÁBIOS VS IGNORANTES: O<br />

cidadão “comum” deve<br />

conhecer o mínimo... para<br />

não ser anti-científico<br />

LUZES:<br />

contra as trevas do<br />

preconceito e o medo da<br />

ciência. IMPERIUM +<br />

NEUTRALIDADE<br />

O homem pode ser dono do<br />

seu destino com a ciência. (A<br />

ciência leva o mérito para os<br />

antibióticos, a sociedade leva<br />

a culpa para a bomba<br />

atômica)<br />

PUREZA: a ciência não tem<br />

apenas) valor instrumental.<br />

Valor da curiosidade.<br />

RESGATE DOS MECÂNICOS:<br />

Ao mesmo tempo (double<br />

bind), a aplicação também é<br />

importante (valor<br />

instrumental)

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