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As serpentes e o bastão: tecnociência, neoliberalismo e ... - CTeMe

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elativa à “libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente modificados”,<br />

revoga a Diretiva 90/220/CEE e afirma, em seu artigo n. 9:<br />

1. Sem prejuízo do disposto nos artigos 7 .o e 25 .o , os Estados-Membros devem<br />

consultar o público e, quando adequado, grupos de interesses sobre a proposta<br />

de libertação deliberada [de OGM no meio ambiente]. Ao fazê-lo, os Estados-Membros<br />

devem estabelecer regras pormenorizadas para essas consultas, incluindo um<br />

prazo razoável, de forma a facultar ao público ou aos grupos de interesses a<br />

oportunidade de manifestar a sua opinião.<br />

2. Sem prejuízo do disposto no artigo 25 .o :<br />

- os Estados-Membros devem facultar ao público informações sobre as libertações<br />

deliberadas de OGM abrangidas pela parte B que forem efetuadas no seu território [...]<br />

(União Européia, Diretiva 2001/18/CE, 12 de Março de 2001, Jornal Oficial, nº L 106,<br />

17/04/2001 p. 1-39) 299 .<br />

Nos Estados Unidos, em março de 2002, o National Institute of Standard and Technology<br />

(NIST) organizava um congresso de título: “Comunicar o Futuro: Best Practices para a<br />

Comunicação da Ciência e da Tecnologia ao Público”, em que apareciam, lado a lado com os<br />

enunciados clássicos da <strong>tecnociência</strong> de disciplina, alguns pilares da modalidade cibernética e<br />

empreendedora. Comunicar a C&T ao público, se lia no relatório do congresso, “se tornou<br />

uma atividade essencial para as universidades, as entidades governamentais, os museus de<br />

ciências, as agências de financiamento e as fundações, bem como outras organizações<br />

científicas non-profit ou as corporações” (NIST, 2002). Na visão dos pesquisadores, a<br />

importância de comunicar a C&T estava ligada a elementos de disciplina (“iluminar” o povo).<br />

Porém, também era claro que a divulgação servia para marketing, public relations e<br />

accountability 300 . Afirmava-se que uma best practice nas relações públicas deve ser dialógica<br />

(“two-way”) e “simétrica”. A organização que comunica deve ser transparente, aberta,<br />

299 Disponível em:<br />

http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:32001L0018:PT:HTML. Acesso em abril de 2008.<br />

300 No relatório do congresso, cinco pontos resumiam a visão sobre a importância de se comunicar a C&T: 1. Muitos<br />

cientistas “acreditam que uma falta de conhecimento sobre C&T representa um obstáculo importante que impede o<br />

aumento de financiamento governamental”; 2. A escassa alfabetização científica “é um fator central em desencorajar<br />

os estudantes ao escolher carreiras de ciência ou tecnologia”; 3. O “analfabetismo científico difuso” torna “um<br />

grande segmento do público vulnerável às afirmações de charlatães que prometem resultados milagrosos”; 4. Muitas<br />

instituições (corporações, hospitais, agências governamentais) acreditam que o conhecimento do papel da organização<br />

nos avanços da pesquisa “melhorará a reputação da instituição, tornando mais fácil ganhar apoio público para outros<br />

objetivos”; 5. Para muitas instituições, o slogan é: o público tem direito de saber. <strong>As</strong> instituições que recebem<br />

dinheiro público “têm a obrigação de explicar [...] como foi usado o dinheiro” (Nist, 2002. Trad. e grifos meus).<br />

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