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As serpentes e o bastão: tecnociência, neoliberalismo e ... - CTeMe

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um milhão e meio de inscritos na educação superior. Em 1995, já eram mais de oito milhões.<br />

Em 1950, existiam cento e cinco universidades na América Latina. Em 1990, eram setecentas.<br />

Hoje, se incluirmos todas as instituições de ensino superior (colégios técnicos, escolas<br />

preparatórias, centros de formação), são ativas na América Latina duas mil e quinhentas<br />

instituições.<br />

No entanto, a educação superior crescia e se fortalecia seguindo percursos diferentes<br />

que os da Europa (onde tal crescimento se dera muito antes). Na América Latina, o<br />

crescimento do sistema de ensino e das instituições de pesquisa se dava paralelamente aos<br />

processos de globalização e de expansão da privatização. No Brasil, por exemplo, segundo<br />

Nunes et al. (2006) o “mercado educacional” é dramaticamente dominado pelo setor privado:<br />

as 1652 instituições de ensino superior privadas representam cerca de 90% do total do país.<br />

Em 2003, hospedavam mais de 70% dos alunos matriculados. Em outros países do sul do<br />

mundo (como Chile, Coréia do Sul, Filipinas, Indonésia) bem como no Japão, que<br />

desenvolveu um sistema científico-tecnológico com forte ênfase na inovação tecnológica e na<br />

competição capitalista, a situação é parecida: cerca de dois terços dos estudantes se encontram<br />

em instituições particulares.<br />

Para se ter uma idéia da diferença radical com a situação da maioria dos países<br />

chamados desenvolvidos, baste pensar que a média nos países que pertencem à Organização<br />

para Cooperação Econômica e Desenvolvimento é de 79% dos alunos matriculados em<br />

instituições públicas e que em 2002 o número de inscritos em instituições públicas de ensino<br />

superior na Alemanha, Austrália, Dinamarca, Luxemburgo, Grécia, Eslováquia, Nova<br />

Zelândia, República Tcheca, Tunísia era praticamente o 100% do total (OECD, 2004) 83 .<br />

1.8. Da Big Science para a Global Science<br />

Um ulterior aspecto da reconfiguração atual da <strong>tecnociência</strong> e de sua interação com os<br />

processos de globalização é visível na coletivização e internacionalização da pesquisa. A<br />

ciência sempre foi atividade sem fronteiras. Mas o era num sentido epistemológico: o invisível<br />

83 Na Itália, França, Finlândia, Suécia, Espanha, Áustria, Islândia, Noruega, Suíça, Hungria, Turquia, Rússia, as<br />

instituições públicas hospedam entre 85 e 95% de todos os alunos Uma exceção é o caso do Reino Unido, onde as<br />

instituições de ensino superior são substancialmente empresas, porém dependentes do governo.<br />

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