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As serpentes e o bastão: tecnociência, neoliberalismo e ... - CTeMe

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Figura 14. Edital do “Desafio da Comercialização”, no site do Escritório de Comercialização da Universidade de<br />

Minnesota, EUA 78<br />

O que é o Desafio da Comercialização?<br />

Uma oportunidade de submeter sua idéia para transformar as inovações da Universidade do Minnesota em<br />

produtos ou serviços no mundo real.<br />

Quem deveria participar?<br />

Qualquer um que queira que a pesquisa da Univ. de Minnesota chegue ao mercado: estudantes, funcionários da<br />

faculdade [...] Pesquisadores e estudantes são bem-vindos em associar-se com membros da indústria para<br />

desenvolver idéias.<br />

Porque eu deveria participar?<br />

É uma chance única de transformar a pesquisa da Universidade numa aplicação no mundo real. <strong>As</strong> inovações<br />

selecionadas receberão fundos para ulterior desenvolvimento, aumentando as chances de comercialização da<br />

pesquisa por meio de uma licença ou de uma start-up [...].<br />

Que tipo de financiamento é disponível?<br />

Até 1 milhão de US$ [...].<br />

A Columbia University possui hoje mais de cinqüenta empresas, cerca de cento e setenta<br />

parcerias com outras empresas e um lucro de cerca de cento e trinta milhões de dólares por ano<br />

vindos das patentes. Em termos de budget, seis universidades dos EUA – Univ. de Califórnia,<br />

Harvard, Stanford, Yale, MIT, Duke e Universidade de Michigan, – todas com um orçamento<br />

anual de vários bilhões de dólares, entrariam tranqüilamente na celebrada classificação da<br />

revista Fortune das quinhentas empresas do mundo com o maior orçamento (Bucchi, 2006: p.<br />

56-57). Conseqüentemente, muitos dos processos decisórios antigamente reservados aos<br />

membros da academia hoje vêem a participação central dos dirigentes administrativos.<br />

Na Europa, a comercialização começou mais tarde que nos Estados Unidos, mas a<br />

partir dos anos 80 também cresceu de forma acelerada. Especialmente no Reino Unido, na<br />

França e na Alemanha, a figura do cientista-empreendedor se tornou, em muitas áreas,<br />

comum. Para Shinn e Lamy (2006), por exemplo, as iniciativas do governo francês para<br />

pressionar a universidade e as agências públicas no sentido de “uma aproximação com a<br />

indústria e de colaborações favoráveis com a iniciativa privada” datam do início dos anos 80.<br />

Uma legislação proposta em julho de 1982 estabeleceu uma nova categoria de laboratório<br />

misto entre o setor público do CNRS 79 e a iniciativa privada, introduziu uma dose de<br />

descentralização administrativa (para estimular a interação entre a pesquisa pública e as<br />

78 http://www.research.umn.edu/techcomm/1Mchallenge.htm. Acesso em maio de 2008. Trad. Minha.<br />

79 Centre national de la recherche scientifique: a maior organização de pesquisa da França, com um orçamento de 2,7<br />

bilhões de Euros em 2006.<br />

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