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As serpentes e o bastão: tecnociência, neoliberalismo e ... - CTeMe

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dominam o panorama tecnocientífico mundial 233 , e em muitos dos países emergentes. A<br />

situação foi evidente nas pré-eleições dos candidatos à presidência dos Estados Unidos de<br />

2008. Grupos para advocacy ou o lobbying científico organizaram grandes campanhas. A<br />

AAAS montou um site para monitorar as declarações e as posições oficiais dos candidatos<br />

sobre temas de C&T 234 . O lobby Research!America fez algo parecido, incluindo o<br />

monitoramento dos membros do Congresso 235 . A FASEB lançou a campanha “A ciência<br />

cura”, para incentivar os eleitores a pressionar os líderes políticos “para que o financiamento<br />

federal à pesquisa biomédica seja uma prioridade em 2008 e depois” 236 . A American<br />

Physiological Society chegou a produzir um “kit para advocacy”, ensinando como pressionar e<br />

monitorar o comportamento dos políticos em Washington 237 . Além disso, catorze mil<br />

cientistas americanos decidiram aderir ao “Science Debate 2008”, campanha para pedir “um<br />

debate público em que os candidatos compartilhem suas visões sobre os temas do Meio<br />

Ambiente, Saúde e Medicina, e Políticas de C&T”. Motivação: “os muitos, urgentes desafios<br />

científicos e tecnológicos com que a América e o resto do mundo se deparam” 238 , “a<br />

necessidade crescente de informação científica acurada na tomada de decisões políticas” 239 e<br />

“o papel vital que a inovação científica tem em estimular o crescimento econômico e a<br />

competitividade” 240 . <strong>As</strong>sinaram o pedido cientistas de renome internacional, bem como<br />

algumas das mais importantes instituições americanas, embora outros achassem ingênuo – e<br />

até prejudicial – este pedido de midiatização da ciência e das políticas de C&T.<br />

No Brasil, os principais lobistas tecnocientíficos são aqueles diretamente ligados ao<br />

mundo das empresas, sobretudo da área farmacêutica e do agribusiness. Universidades e<br />

institutos de pesquisas estão comparativamente menos organizados em grupo de pressão. No<br />

entanto, lobistas como a <strong>As</strong>sociação Brasileira das Empresas de Biotecnologia estão<br />

diretamente interessados em incentivar a P&D na área e impedir que leis restritivas<br />

obstaculizem a inovação. E há grupos, como o Conselho de Informações sobre Biotecnologia,<br />

233<br />

Uma lista de links para os grandes grupos de pressão pró-pesquisa nos Estados Unidos se encontra em:<br />

http://www.the-aps.org/pa/advocate/advocatelinks.htm. Acesso em abril de 2008.<br />

234<br />

http://election2008.aaas.org/. Acesso em abril de 2008.<br />

235<br />

http://www.researchamerica.org/. Acesso em abril de 2008.<br />

236<br />

http://www.sciencecures.org/. Acesso em abril de 2008.<br />

237<br />

Disponível em: http://www.the-aps.org/pa/advocate/advocate.htm. Acesso em abril de 2008.<br />

238<br />

Elementos discursivos: “desafio”, “novum”, veja cap. 3.<br />

239<br />

“Luzes”, “sábios versus ignorantes”: cap. 3.<br />

240<br />

“Resgate dos mecânicos” (cap. 3) e “ciência empreendedora” (veja Figura 29 e Par. 4.7)<br />

Fonte: http://www.sciencedebate2008.com/www/index.php?id=2. Acesso em março de 2008, trad. minha.<br />

238

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