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As serpentes e o bastão: tecnociência, neoliberalismo e ... - CTeMe

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Porque comunicar a ciência para o público? Elementos e<br />

argumentações<br />

“[...] Os cientistas têm uma obrigação ética de prestar conta ao público de<br />

como gerem os recursos públicos [...]<br />

A experiência mostra que, depois que uma pesquisa é publicizada, um<br />

cientista recebe um número significativo de pedidos por parte de colegas [...]<br />

Tais contatos freqüentemente vêm de colegas de outras disciplinas, coisa<br />

particularmente importante nesta era de pesquisa interdisciplinar. Isso pode<br />

abrir oportunidades de colaborações ou novas inspirações no trabalho do<br />

cientista [...] Cooperar com a mídia também aumenta as chances de que as<br />

matérias sejam mais acuradas. Enfim, a cobertura de C&T atrai mais apoio<br />

público e privado para a pesquisa, e atrai estudantes talentosos para carreiras<br />

em ciência e engenharia.”<br />

“Why communicate science?”. Em: Communicating Science News. A Guide for<br />

Public Information Officers, Scientists and Physicians. Panfleto da <strong>As</strong>sociação<br />

Nacional de Escritores de Ciência (NASW), EUA.<br />

Disponível em: http://www.nasw.org/resource/pios/csn/index.htm. Acesso em<br />

abril de 2008, trad. e grifos meus.<br />

“O modelo do diálogo leva em conta como seu ponto de partida as<br />

percepções, expectativas, medos e preocupações da população. Aumentar o<br />

nível de conhecimento das pessoas não é o objetivo primário, mas é uma<br />

conseqüência significativa de utilizar as próprias percepções delas como base.<br />

É um modelo que corresponde melhor ao ideal anti-elitista da democracia<br />

de massa. [...] O diálogo não deveria ser olhado meramente como forma de<br />

respeito com a democracia e a população [...] ele é também necessário para o<br />

bem da própria ciência. A atitude do público sobre uma determinada<br />

tecnologia, independente da base para esta atitude, será um fator que contribui<br />

para priorizar ou re-priorizar iniciativas de pesquisa. A controvérsia sobre<br />

recursos para pesquisa européia em biotecnologia vegetal é um exemplo desta<br />

influência. Depois de acalorada oposição popular contra plantas e alimentos<br />

geneticamente modificados, tanto a União Européia, quanto alguns países<br />

membros, reduziram o financiamento público para pesquisa vegetal durante<br />

alguns anos. Isso não só causou uma diminuição da atividade de pesquisa, mas<br />

fez também com que boa parte da indústria biotecnológica voltada para plantas<br />

abandonasse a Europa. Um outro exemplo da influência pública é a dificuldade<br />

que as ciências naturais têm em fazer o branding de si mesmas. Faz vários<br />

anos que as ciências naturais em grande parte da Europa têm dificuldade<br />

em atrair suficientes talentos. Uma imagem pública pobre com certeza<br />

carrega parte da culpa por isso...”<br />

G. Balling, L. Frank. “Dialogue in cyberspace”. Londres: British Council, s.d.<br />

http://www.britishcouncil.org/science-society-cafesci-dialogue-in-cyberspacearticle.<br />

Acesso em abril de 2008, trad. e grifos meus.<br />

289<br />

ACCOUNTABILITY<br />

GLOBAL SCIENCE + SELLING<br />

SCIENCE: na ciência da<br />

sociedade em rede, vender<br />

para fins internos e externos à<br />

comunidade.<br />

Mídia como instrumento e mal<br />

necessário.<br />

“KYBERNÉTES”<br />

(+FEEDBACK). O diálogo é<br />

um “modelo”, que<br />

“corresponde melhor” à<br />

governamentalidade (é mais<br />

eficaz e eficiente).<br />

(O outro modelo, de déficit,<br />

top-down, inoculador e<br />

alfabetizador, corresponde<br />

mais a uma sociedade de<br />

disciplina).<br />

A população é feita de<br />

indivíduos com suas demandas<br />

e seus objetivos. A “oposição<br />

popular” pode derrubar<br />

projetos de pesquisa e<br />

inovações tecnológicas.<br />

<strong>As</strong> ciências devem fazer seu<br />

“branding”, atrair fundos e<br />

talentos.

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