Tese completa Jaci MenezesFCC

ANEXO 7 - O PENSAMENTO DE ANDRÉ REBOUÇAS SOBRE EDUCAÇÃO
“Pag 330 - Mas, pedimos de todo coração a Deus, que aproxime o dia em que não haja no
Brasil uma aldeia que não tenha uma escola, uma estação de caminho de ferro e um banco
territorial"
pag 355 Repitamos - É necessario, é urgente, é indispensável educar esta nação para a
agricultura, para o comercio, para o trabalho, em uma só palavra! Deve ser esse o principal
escopo de toda a reforma neste império. Tem sido infelizmente por demais descuidada a
educação agricola e industrial da nossa mocidade. Diz-se comumente: o Brasil é um país
agrícola; mas é um triste constraste lancar os olhos do norte ao sul do Imperio e não encontrar
uma só escola de agricultura! Nos principais centros agricolas do Brasil duas escolas de
Direito: uma ao Norte em Pernambuco, outra ao Sul, em São Paulo. Dir-se iam postadas ai de
proposito para roubar à Agricultura seus melhores e mais ricos filhos.
O filho do lavrador deixa o engenho de seus pais e vai para os cursos de direito aprender o
que? Todos sabem como se fazem os cursos de direito neste paiz. Os mais estudiosos leem
muita literatura, e fazem brilhante figura nas discussões acadêmicas; os menos estudiosos
divertem-se e curam dos meios indiretos de obter aprovações.
Quando voltam ao engenho dos pais, acham materialismo toda a vida rural. Para disfarçar o
tédio da vida do engenho leem, dia e noite, Lamartine ou Musset; Schiller ou Goethe, para
acompanhar o germanismo da época. E bocejam: "Ainda há desgraçados que se ocupam em
moer canas de açucar!"
Esse moço é um ser perdido para a Agricultura. Educado em uma escola técnica, ele
consideraria o engenho de seu pai como um precioso laboratório, como um campo de estudos,
de melhoramentos, de aperfeiçoamentos e de reformas. Nas férias, partilharia o trabalho de
seu velho pai: ajuda-lo-ia com suas luzes; inspirar-lhe-ia o amor das reformas agricolas; iria
predispondo as mais fáceis e preparando tudo para um fututro melhor. Mas para que? Se é
melhor fazer discursos! Quando o velho pai morre, vende-se o engenho ou deixa-se entregue a
um administrador. É tão cínica a vida do campo! é melhor as vidas das cidades: fallar nos
clubs, nas assembléias e por toda parte: brilhar, ser aplaudido, ser deputado, ser ministro, fazer
a paz e a guerra, dar leis ao mundo!
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O alfha de toda a reforma é a educação. E no entanto, passam-se anos e anos e a educação
industrial e agricola continua no mundo das aspirações. Tiram-se aos lavradores os seus
proprios filhos; e depois diz-se enfaticamente: - A lavoura é rotineira! A lavoura não lê; a
lavoura não quer aprender! Infeliz! dizemos nós, cortam-lhe as asas e ordenam-lhe
ironicamente: - Voa!
A verdade é que a educação atual é toda politica: e por isso somos uma nação de politicos. Um
viajante inglez já disse de nós; materia bruta para os empregos publicos. Frase um pouco rude;
por demais dura para a vaidade nacional! mas, no fundo...verdadeira! os felizes são políticos;
os infelizes, empregados públicos: o resto pertence a uma classe anonima, cujos direitos e
cujas garantias ainda é impossível definir.”
Pag 367 - A disposição do paragrafo 17 do artigo 1o. do projeto de lei de auxilio a agricultura
nacional é assim concebido:
". 17 . Entre as diversas empresas de cada provincia, terão preferencia para os favores,
concedidos pela presente lei, aquelass que se obrigarem a emancipar o maior numero de
escravos, a importar o maior numero de colonos, e a manter o melhor sistema de educação
técnica nos seus estabelecimentos."