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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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têm mais anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> e apresentam crenças <strong>de</strong>senvolvimentalmente mais<br />

a<strong>de</strong>quadas sobre <strong>leitura</strong> com as crianças. Estes resulta<strong>do</strong>s estão <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com outros<br />

estu<strong>do</strong>s que analisaram a relação existente entre estas variáveis e os padrões ou<br />

características <strong>de</strong> interacção adulto-criança <strong>em</strong> situação <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> conjunta. Por ex<strong>em</strong>plo,<br />

Leal (2002) concluiu que as día<strong>de</strong>s constituídas maioritariamente por mães com baixa<br />

escolarida<strong>de</strong> se caracterizaram por interacções <strong>de</strong> elaboração reduzida e participação<br />

limitada das crianças, e que a maior parte das mães com escolarida<strong>de</strong> superior se<br />

agruparam num cluster caracteriza<strong>do</strong> por interacções com um maior nível <strong>de</strong> elaboração.<br />

Por sua vez, DeBaryshe (1995) verificou uma associação positiva entre as crenças<br />

maternas e a qualida<strong>de</strong> das interacções mãe-criança <strong>em</strong> situação <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> conjunta. As<br />

mães com crenças compatíveis com mo<strong>de</strong>los da literacia <strong>em</strong>ergente e práticas<br />

<strong>de</strong>senvolvimentalmente a<strong>de</strong>quadas envolviam-se <strong>em</strong> mais discussões com as crianças<br />

quan<strong>do</strong> liam, <strong>em</strong> comparação com as mães que não se viam a si próprias com um papel<br />

facilita<strong>do</strong>r durante as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>leitura</strong>.<br />

As experiências <strong>de</strong> literacia <strong>de</strong>senvolvidas no ambiente familiar contribuíram também<br />

para explicar as diferenças entre os <strong>do</strong>is padrões interactivos <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong>. Os<br />

resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s suger<strong>em</strong> que, comparativamente com as crianças <strong>do</strong> cluster 1, as<br />

crianças pertencentes ao cluster 2 têm significativamente mais oportunida<strong>de</strong>s para observar<br />

os pais a ler, e ten<strong>de</strong>ncialmente mais oportunida<strong>de</strong>s para ler <strong>em</strong> conjunto com eles, b<strong>em</strong><br />

como <strong>de</strong>senvolver activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> <strong>de</strong> forma autónoma. Por outro la<strong>do</strong>, os pais <strong>de</strong>stas<br />

crianças iniciaram as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> literacia com os seus filhos ten<strong>de</strong>ncialmente mais ce<strong>do</strong><br />

e possu<strong>em</strong> significativamente um maior número <strong>de</strong> livros infantis <strong>em</strong> casa. Hammer, Nimmo,<br />

Cohen, Draheim e Johnson (2005), ao contrário <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong>, não encontraram<br />

associações entre os estilos <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> materna e a frequência <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> conjunta <strong>de</strong> livros.<br />

Também Leal (2002) não encontrou associações significativas entre os padrões interactivos<br />

mãe-criança e a frequência <strong>de</strong> “ouvir histórias ou ver livros li<strong>do</strong>s pela mãe ou pelo pai”.<br />

Contu<strong>do</strong>, apenas encontrou no cluster representa<strong>do</strong> por uma interacção pouco elaborada,<br />

día<strong>de</strong>s cuja frequência <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> conjunta <strong>em</strong> casa era inexistente ou inferior a mensal.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s <strong>em</strong> função <strong>de</strong> algumas<br />

limitações, as quais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>radas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>s futuros. Primeiro, a avaliação <strong>do</strong>s<br />

comportamentos interactivos mãe-criança <strong>em</strong> situação <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> conjunta baseou-se numa<br />

única observação e na utilização <strong>de</strong> um livro específico (livro <strong>de</strong> histórias não familiar à<br />

día<strong>de</strong>). T<strong>em</strong>os consciência que da<strong>do</strong>s basea<strong>do</strong>s <strong>em</strong> múltiplas observações e na utilização<br />

<strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> livros po<strong>de</strong>riam fornecer evidências mais válidas <strong>do</strong>s comportamentos<br />

típicos das día<strong>de</strong>s.<br />

Ao contrário da maior parte da investigação sobre interacções <strong>em</strong> situação <strong>de</strong> <strong>leitura</strong><br />

conjunta, o presente estu<strong>do</strong> teve como alvo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> os comportamentos <strong>do</strong> adulto, b<strong>em</strong><br />

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