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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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sequencial <strong>do</strong>s acontecimentos é marca<strong>do</strong> por baliza<strong>do</strong>res espácio-t<strong>em</strong>porais. A<br />

representação <strong>de</strong> uma sequência <strong>de</strong> eventos é veiculada pelo suporte visual e verbal. Por<br />

ex<strong>em</strong>plo, “nesse”, <strong>em</strong> “E nesse mesmo momento…” (Collodi 1996: 22), é coadjuva<strong>do</strong> por<br />

“mesmo”, que constitui um el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> coesão na sequência narrativa, facilitan<strong>do</strong>,<br />

igualmente, a mudança <strong>de</strong> um quadro para outro na banda <strong>de</strong>senhada: “Nesse mesmo<br />

momento, num caminho perto dali…” (Ibi<strong>de</strong>m, p. 26).<br />

Fig. 7. Ocorrência <strong>de</strong> “lá” e “dali” (Collodi 1996: 26)<br />

Vários níveis <strong>de</strong> significação estão <strong>em</strong> jogo na compreensão <strong>do</strong> simbólico, e na<br />

interpretação <strong>do</strong> potencial discursivo da imag<strong>em</strong>, que envolve os níveis, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

paratextual, fonológico, s<strong>em</strong>ântico e morfo-sintáctico.<br />

Assim sen<strong>do</strong>, cada quadro representa a personag<strong>em</strong> ou as personagens<br />

intervenientes e os respectivos balões <strong>de</strong> fala, não haven<strong>do</strong> também necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

introduzir os comentários da personag<strong>em</strong>-narra<strong>do</strong>r <strong>em</strong> muitas das cenas, a não ser nos<br />

casos <strong>em</strong> que existe mudança <strong>de</strong> localização espácio-t<strong>em</strong>poral, o que é evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong> “Na caravana <strong>do</strong> Stromboli…” (Ibi<strong>de</strong>m, p. 21) ou “nessa noite <strong>em</strong> casa <strong>do</strong><br />

Gepeto” (Ibi<strong>de</strong>m, p. 20), “Assim que o Stromboli sai, aparece uma figura familiar…” (Ibi<strong>de</strong>m,<br />

p. 22), nas quais há que explicitar a mudança <strong>de</strong> ancorag<strong>em</strong> espácio-t<strong>em</strong>poral a nível<br />

textual. Destaca-se, ainda, a mudança da referência pronominal, da primeira pessoa (eu,<br />

nós), para a terceira pessoa, patente, por ex<strong>em</strong>plo, no comentário <strong>do</strong> Grilo Falante: “E,<br />

aquilo não é mau! Talvez ao fim e ao cabo o rapaz tenha talento!”<br />

Também as vozes <strong>do</strong>s narra<strong>do</strong>res, quer <strong>do</strong> narra<strong>do</strong>r-personag<strong>em</strong> (Grilo Falante), quer<br />

<strong>do</strong> narra<strong>do</strong>r observa<strong>do</strong>r, são <strong>de</strong>stacadas pela utilização das aspas <strong>em</strong> fun<strong>do</strong> amarelo, no<br />

primeiro caso, e <strong>em</strong> fun<strong>do</strong> azul no segun<strong>do</strong> caso, para que estas se distingam da das falas<br />

das personagens.<br />

Constatamos, pois, que a dêixis não é mais <strong>de</strong> que um mo<strong>do</strong> particular <strong>de</strong> actualizar<br />

ou <strong>de</strong> construir referência, por meio <strong>de</strong> <strong>do</strong>is processos, o gesto (dêixis gestual) e os termos<br />

da língua ou <strong>de</strong>ícticos (dêixis verbal). Através <strong>de</strong>stes, <strong>de</strong>sperta-se a atenção <strong>do</strong> alocutário<br />

para <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> referente. Das sequências narrativas seleccionadas da banda <strong>de</strong>senhada<br />

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