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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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outras <strong>de</strong> igual valor literário, a preocupação autoral, para além <strong>de</strong> uma cuidada coesão<br />

estético-linguística, centra-se na transmissão <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologias e valores ti<strong>do</strong>s<br />

actualmente como indispensáveis na afirmação da cidadania crítica e reflexiva <strong>do</strong> ser<br />

imaginante. Pelas várias activida<strong>de</strong>s realizadas com obras <strong>de</strong>sta natureza, inclusive <strong>em</strong><br />

turmas on<strong>de</strong> a alergia à <strong>leitura</strong> é, por vezes, uma <strong>do</strong>ença crónica, po<strong>de</strong>mos asserir que<br />

também são estes textos que modificam a forma <strong>de</strong> ver/participar no mun<strong>do</strong>, questão, aliás,<br />

que consi<strong>de</strong>ramos <strong>de</strong> inquestionável importância quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> convidar à <strong>leitura</strong> um<br />

leitor juvenil.<br />

2. O texto literário <strong>de</strong> potencial recepção Infanto-Juvenil: <strong>leitura</strong>s e senti<strong>do</strong>s<br />

Importa, sobretu<strong>do</strong>, assegurar que o acto <strong>de</strong> ler (entendi<strong>do</strong> como um acto <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>iro compromisso com o livro) é, como o consi<strong>de</strong>ramos, um acto <strong>de</strong> permuta on<strong>de</strong> o<br />

diálogo se torna polifónico e se efectiva como um espaço <strong>de</strong> conhecimentos que privilegia<br />

as reflexões e interconexões com varia<strong>do</strong>s objectos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, com diferentes sentimentos,<br />

com afinida<strong>de</strong>s e/ou incompatibilida<strong>de</strong>s. Tal diálogo torna-se, assim, responsável pela<br />

efectivação <strong>do</strong> discurso <strong>de</strong> um imaginário dialéctico entre os <strong>de</strong>mais intervenientes no<br />

processo <strong>de</strong> <strong>leitura</strong>s plurais. Ora, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> consciência o valor da plurissignificação, importa<br />

proporcionar, contagian<strong>do</strong>, esta outra forma <strong>de</strong> ler: a <strong>do</strong> saber e ousar ler através das<br />

imagens, <strong>do</strong>s símbolos e <strong>do</strong>s mitos, para que, mesmo <strong>leitura</strong>s “impostas” e, por isso,<br />

propícias a to<strong>do</strong> o género <strong>de</strong> urticária nos leitores mais jovens não sejam motivo para a<br />

expressão <strong>de</strong> alívio: “Deo gratias”, quan<strong>do</strong> terminadas.<br />

Validamos, então, na <strong>leitura</strong> <strong>do</strong> Imaginário uma <strong>leitura</strong> global <strong>do</strong> texto, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se<br />

enfaticamente o seu carácter polissémico e pluri-isotópico <strong>de</strong> abertura ao Outro e a outras<br />

realida<strong>de</strong>s, o que permite ao seu interlocutor “(…) experimentar a força ilocutiva e o po<strong>de</strong>r<br />

perlocutivo <strong>do</strong>s vocábulos, sensibilizan<strong>do</strong>-o para a coloração afectiva e imagética das<br />

palavras, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a reconhecer e a mobilizar, <strong>em</strong> discurso autónomo, os seus valores na<br />

expressão singular <strong>de</strong> <strong>em</strong>oções ou <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias” (Azeve<strong>do</strong>, 2006:21). Na gestão <strong>de</strong>ste binómio<br />

(leitor/texto), salientamos o uso apropria<strong>do</strong> <strong>de</strong> um Imaginário construtor on<strong>de</strong> são chama<strong>do</strong>s ao<br />

palco os <strong>de</strong>mais interesses, <strong>em</strong>oções e sensibilida<strong>de</strong>s estéticas <strong>do</strong> leitor, capazes <strong>de</strong> facultar<strong>em</strong><br />

os tão <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s momentos <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira fruição entre este e as personagens da obra<br />

(cumprin<strong>do</strong>-se momentos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> com o herói da história); ou ainda situações literácitas<br />

gera<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>ntes manifestações media<strong>do</strong>ras entre diferentes grupos sociais,<br />

culturas e gerações.<br />

Esse esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> inter-comunicabilida<strong>de</strong>, capaz <strong>de</strong> provocar no sujeito-leitor momentos<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>safios interpretativos, confirma o valor da polifonia que, tal como afirma<br />

Wolfgang Iser (1997:13), provoca igualmente uma a<strong>de</strong>quada preparação para momentos <strong>de</strong><br />

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