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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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situação ausente (…) ou um irreal imaginário indiferente ao t<strong>em</strong>po”, não coinci<strong>de</strong>nte com o<br />

«eu-aqui-agora» <strong>do</strong> leitor, citan<strong>do</strong> <strong>de</strong> novo Irene Fonseca (1990: 99).<br />

Fig. 3. Pinocchio, Ladybird Books, 1987, pp. 6-7.<br />

Decorre, portanto, que a versão <strong>de</strong> Pinóquio acima referenciada, a título<br />

ex<strong>em</strong>plificativo, se dirige mais aos pequenos leitores, incluí<strong>do</strong>s no grupo <strong>do</strong>s 2 aos 7 anos,<br />

correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao estádio pré-operatório, tal como é <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> por Piaget, ou estádio <strong>de</strong><br />

inteligência simbólica.<br />

Na versão similar <strong>de</strong> Pinóquio, traduzida para português (Everest Editora, 2003),<br />

encontramos também a ana-catáfora na primeira página <strong>do</strong> conto (cf. Fig. 4), on<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

logo, o jov<strong>em</strong> leitor é leva<strong>do</strong> a expandir noções t<strong>em</strong>porais, b<strong>em</strong> como relacionar e abstrair<br />

da<strong>do</strong>s da realida<strong>de</strong>. A imag<strong>em</strong> que prece<strong>de</strong> o texto, representan<strong>do</strong> um pedaço <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira,<br />

no qual se inscreve a palavra “Pinóquio”, interage com a referência “aquele boneco <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira”, o qual reporta a uma realida<strong>de</strong> concreta, “boneco <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira”, porém com<br />

contornos humanos: “saber falar e andar”. No âmbito da interacção <strong>do</strong> leitor com a<br />

linguag<strong>em</strong> <strong>do</strong> texto, é pertinente citar Leo van Lier (1996: 53), que se refere não só à<br />

apreciação intuitiva mas também ao seu envolvimento estético, e citan<strong>do</strong> o linguista, (1996:<br />

53) “with rich variety of exposure-language [and] sufficient means of access (e.g.,<br />

comprehension, familiarity, assistance) for the perceived material to activate cognitive<br />

networks, thus creating the possibility for linking interaction and cognition [for example,<br />

sch<strong>em</strong>a refreshment or sch<strong>em</strong>a reinforc<strong>em</strong>ent]”. O envolvimento <strong>do</strong> jov<strong>em</strong> leitor com a<br />

narrativa multimodal é reforça<strong>do</strong> pela busca da coerência inters<strong>em</strong>iótica entre o signo verbal<br />

e o não-verbal, visual, <strong>do</strong> familiar para o <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> (estranhamento), subjacente à<br />

interpretação <strong>do</strong> texto <strong>de</strong> uma forma mais autónoma. Aliás, a linguag<strong>em</strong> como sist<strong>em</strong>a<br />

s<strong>em</strong>iótico, no enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Gunther Kress (1997: 382), “constitutes a set of resources,<br />

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