de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

A verificação de que uma melhor performance - geralmente excepcional - na
interpretação dos documentos do quotidiano, nas provas do PISA, pertence aos alunos
que contactam assiduamente com os textos clássicos, deveria pesar, decisivamente,
nas Políticas de Leitura.
Os programas a desenvolver deverão ter em conta as linhas de força acima
enunciadas. Com efeito, descodificar um texto implica o conhecimento das convenções
da escrita – identificar as letras e juntá-las segundo determinadas combinações.
Decifrar – traduzir grafemas em fonemas e o inverso – exige o conhecimento da
correspondência entre os sons (fonemas) de uma língua e a sua representação gráfica
(grafemas). Estes conhecimentos sobre o funcionamento da própria língua
(metalinguísticos) são condição necessária para a prática da leitura mas não suficiente
para garantir o hábito e o gosto de ler – ou seja a fidelização à leitura.
Ora, o PISA 2000, numa amostra de alunos sem precedentes, veio demonstrar
o papel da leitura por prazer ou recreativa na formação dos leitores. A existência de
uma correlação positiva entre o tempo consagrado à leitura por gosto (consentida e com
sentido) e a competência leitora deveria ter um grande impacto sobre a política
curricular, incluindo a elaboração de futuros programas de língua materna.
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