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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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tipos <strong>de</strong> texto (conto, relato e carta), não se registaram diferenças significativas quer na<br />

classificação global quer na maioria <strong>do</strong>s parâmetros analisa<strong>do</strong>s individualmente. A maioria<br />

das classificações obtidas situou-se no nível intermédio.<br />

Quanto à análise individual <strong>do</strong>s parâmetros, apenas se registaram diferenças na<br />

“estrutura e coesão <strong>do</strong> texto” na escrita <strong>de</strong> relatos, e no “respeito pelo t<strong>em</strong>a e tipo <strong>de</strong> texto” e<br />

“coerência e pertinência da informação” na escrita <strong>de</strong> cartas. Nestes parâmetros, as<br />

classificações subiram <strong>do</strong> primeiro para o segun<strong>do</strong> momento, mas voltaram a <strong>de</strong>scer no<br />

terceiro momento. Os ganhos regista<strong>do</strong>s no segun<strong>do</strong> momento po<strong>de</strong>m estar relaciona<strong>do</strong>s<br />

com o ensino <strong>do</strong>s distintos géneros textuais e com o treino nas componentes <strong>de</strong><br />

planificação, textualização e revisão. A literatura aponta que a aprendizag<strong>em</strong> das<br />

componentes <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> escrita, contribui <strong>de</strong> forma significativa para a melhoria da<br />

coesão, coerência e estrutura <strong>do</strong>s textos (Alamargot & Chanquoy, 2001; Hayes, 2004).<br />

Uma explicação para o facto <strong>de</strong> não se encontrar<strong>em</strong> melhorias significativas, tanto no<br />

que diz respeito às classificações globais como às da maioria <strong>do</strong>s parâmetros, e para o facto<br />

<strong>de</strong> se encontrar<strong>em</strong> <strong>de</strong>scidas no terceiro momento, po<strong>de</strong> estar relacionada com os<br />

instrumentos utiliza<strong>do</strong>s na avaliação. As tarefas <strong>de</strong> escrita eram diferentes entre os três<br />

momentos (para cada tipo <strong>de</strong> texto) e, <strong>em</strong>bora tenham si<strong>do</strong> sujeitas a um consenso <strong>de</strong><br />

peritag<strong>em</strong>, podiam apresentar distintos graus <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>. Para além <strong>do</strong> referi<strong>do</strong>, o<br />

conhecimento que os alunos têm relativamente aos distintos conteú<strong>do</strong>s exigi<strong>do</strong>s nas provas<br />

<strong>de</strong> avaliação, o qual é variável, po<strong>de</strong> facilitar ou limitar a produção escrita (Hayes & Flower,<br />

1980; Scardamalia & Bereiter, 1987; Fayol, 2007). A justificação para a utilização <strong>de</strong><br />

instrumentos com propostas distintas relacionou-se com a tentativa <strong>de</strong> evitar que as<br />

crianças pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> repetir o que tinham escrito previamente (da<strong>do</strong> o curto espaço <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po<br />

entre os momentos <strong>de</strong> avaliação).<br />

A diferença <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s das provas <strong>de</strong> avaliação não explica, no entanto, o facto <strong>de</strong><br />

não se ter<strong>em</strong> encontra<strong>do</strong> ganhos nos parâmetros relativos à correcção sintáctica,<br />

vocabulário, ortografia e pontuação. Tal po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ver-se à pouca incidência nestes aspectos<br />

durante o programa. Embora ti<strong>do</strong>s <strong>em</strong> conta na elaboração <strong>de</strong> textos durante as sessões,<br />

estava previsto que foss<strong>em</strong> mais especificamente treina<strong>do</strong>s nas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

aperfeiçoamento da escrita que iriam para trabalho <strong>de</strong> casa, as quais não foram<br />

impl<strong>em</strong>entadas <strong>de</strong> forma sist<strong>em</strong>ática. A intervenção nestes parâmetros é fundamental para<br />

uma escrita mais eficaz (Berninger et al., 1998; Graham, 1999 cit. in Fayol, 2007).<br />

Embora não se tenham verifica<strong>do</strong> melhorias nas classificações globais, observaram-<br />

se, <strong>do</strong> primeiro para o segun<strong>do</strong> momento, diferenças significativas entre o grupo <strong>de</strong> alunos<br />

que inicialmente apresentava piores resulta<strong>do</strong>s e os restantes grupos. Estes resulta<strong>do</strong>s<br />

levam a supor que os alunos com piores <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhos iniciais po<strong>de</strong>rão tornar a sua escrita<br />

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