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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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morfológica, s<strong>em</strong>ântica e sintáctica <strong>do</strong> texto. Por vezes, o texto é subdividi<strong>do</strong> <strong>em</strong> fragmentos,<br />

para que um maior número <strong>de</strong> alunos seja envolvi<strong>do</strong> no registo fílmico da <strong>leitura</strong>. Defini<strong>do</strong> o<br />

papel individual <strong>do</strong> aluno na <strong>leitura</strong> colectiva <strong>do</strong> texto, cada um relê o excerto que lhe foi<br />

<strong>de</strong>stina<strong>do</strong>, dan<strong>do</strong>-se, <strong>de</strong> seguida, início à filmag<strong>em</strong>.<br />

De pé ou senta<strong>do</strong>, cada aluno aguarda a voz <strong>de</strong> coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> professor para iniciar a<br />

<strong>leitura</strong> <strong>em</strong> frente à câmara. Quan<strong>do</strong> é escutada a palavra mágica “acção”, começa a <strong>leitura</strong>,<br />

sen<strong>do</strong> que os restantes alunos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> fazer silêncio absoluto, pois a câmara regista o mínimo<br />

ruí<strong>do</strong> perturba<strong>do</strong>r e perceptível durante a posterior audição. Tal como no cin<strong>em</strong>a, cada leitor<br />

repete o seu texto ou excerto, duas, três ou mais vezes, caben<strong>do</strong> ao professor a selecção da<br />

melhor <strong>leitura</strong>. O facto <strong>de</strong>, na maior parte das vezes, ser necessário repetir a <strong>leitura</strong> <strong>do</strong> texto<br />

leva os alunos à tomada <strong>de</strong> consciência <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> realização <strong>do</strong>s filmes ou das<br />

telenovelas. Deste mo<strong>do</strong>, cada aluno t<strong>em</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encarnar o papel <strong>de</strong> actor ou actriz,<br />

compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> melhor a dificulda<strong>de</strong> da profissão e da construção da narrativa audiovisual.<br />

Os alunos já sab<strong>em</strong> que ler um texto à frente da câmara é como convencer o futuro<br />

especta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> que ele (aluno/leitor) não está a ler, mas a conversar com ele (especta<strong>do</strong>r).<br />

Conhece<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sta “máxima”, por vezes, os alunos chegam a <strong>de</strong>corar o texto; noutros casos,<br />

como <strong>de</strong>pósito da confiança <strong>do</strong> leitor, o texto a ler é coloca<strong>do</strong> por baixo da câmara, permitin<strong>do</strong>lhe<br />

olhar <strong>de</strong> frente e não cabisbaixo. Quan<strong>do</strong> o aluno se engana (o que é natural), é o mesmo<br />

que pe<strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpa pelo sucedi<strong>do</strong>, fican<strong>do</strong> aborreci<strong>do</strong> com ele próprio, pois sabe que terá <strong>de</strong><br />

repetir a <strong>leitura</strong>. Noutras ocasiões, são os colegas que o interromp<strong>em</strong>, alertan<strong>do</strong>-o para o erro<br />

(saltar <strong>de</strong> linha, troca <strong>de</strong> palavra, discordância, <strong>de</strong>ficiente articulação <strong>de</strong> palavras, intensida<strong>de</strong><br />

da voz, entoação, sons absur<strong>do</strong>s...). Aqui, entramos no campo da concentração.<br />

O facto <strong>de</strong> a sala <strong>de</strong> aula possuir projector <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o e colunas <strong>de</strong> som <strong>de</strong> alta-fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>,<br />

permite visualizar, escutar e criticar as gravações feitas. O exercício crítico às gravações<br />

contribui para que cada aluno se aperceba <strong>do</strong>s erros a evitar, geralmente, a postura corporal <strong>do</strong><br />

leitor, a flui<strong>de</strong>z e a expressivida<strong>de</strong> da <strong>leitura</strong>.<br />

Concluídas as gravações, o professor, <strong>em</strong> casa, com recurso ao programa MovieMaker,<br />

faz a montag<strong>em</strong> <strong>do</strong> filme. No ví<strong>de</strong>o, à <strong>leitura</strong> final <strong>do</strong> texto, é acrescentada a música e a<br />

respectiva ficha técnica. Concluída a montag<strong>em</strong>, o produto final é projecta<strong>do</strong> e critica<strong>do</strong> na sala<br />

<strong>de</strong> aula, como se <strong>de</strong> uma sessão <strong>de</strong> autoscopia se tratasse. Normalmente, no final <strong>do</strong>s<br />

perío<strong>do</strong>s escolares, cada encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> educação recebe um DVD com todas as fotografias e<br />

filmes realiza<strong>do</strong>s, permitin<strong>do</strong>-lhe <strong>de</strong>sse mo<strong>do</strong> acompanhar e criticar o que se passa com os seu<br />

educan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro da sala <strong>de</strong> aula.<br />

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