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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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das dimensões exofórica e en<strong>do</strong>fórica pois transcen<strong>de</strong>m o âmbito <strong>do</strong> seu conhecimento<br />

experiencial.<br />

Serão estes marcos <strong>de</strong> referência mais facilmente perceptíveis <strong>em</strong> textos multimodais,<br />

<strong>em</strong> que existe uma interacção entre os signos visual e verbal (Sharon Goodman 1996: 69)?<br />

Na verda<strong>de</strong>, a ilustração t<strong>em</strong> acompanha<strong>do</strong> a evolução <strong>do</strong> livro infantil, e reiteran<strong>do</strong> António<br />

Barreto (2002: 263), “torna-se, por isso, um el<strong>em</strong>ento muito importante a ter <strong>em</strong> conta na<br />

análise <strong>de</strong> uma obra <strong>de</strong> literatura infantil”, e mais especificamente a sua relação com a<br />

palavra, e neste caso com os <strong>de</strong>ícticos. Consi<strong>de</strong>radas, actualmente, imprescindíveis nos<br />

livros <strong>de</strong>senha<strong>do</strong>s para crianças (António Barreto 2002:263), as ilustrações n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre<br />

fizeram parte <strong>do</strong>s mesmos. Todavia, constatámos que a primeira versão <strong>de</strong> Pinóquio,<br />

editada <strong>em</strong> 1883, apresenta 62 gravuras, on<strong>de</strong> pre<strong>do</strong>mina o traço a carvão, ass<strong>em</strong>elhan<strong>do</strong>se<br />

a esboços muitas vezes caricaturais. Existe, ainda, alguma s<strong>em</strong>elhança nas ilustrações<br />

inseridas numa versão traduzida para Português que consultámos, e ilustrada por Manuela<br />

Bacelar (1993). No entanto, a versão ilustrada por Paula Rego, apresenta um conjunto <strong>de</strong><br />

cópias <strong>de</strong> quadros da pintora sob a t<strong>em</strong>ática “Island of Lights from Pinocchio” (exibida <strong>em</strong><br />

Nova Iorque, <strong>em</strong> Dez<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1996)”, apontan<strong>do</strong> para um leque <strong>de</strong> leitores mais vasto e<br />

maturo.<br />

Embora possamos recorrer a da<strong>do</strong>s históricos e sócio-culturais, que possam dar conta<br />

<strong>do</strong> possível perfil <strong>do</strong> leitor jov<strong>em</strong> na época <strong>de</strong> Collodi, facilita<strong>do</strong>res da sua interacção com a<br />

narrativa ficcional, on<strong>de</strong> a aventura, o picaresco e o fantástico se entrecruzam, é nosso<br />

objectivo, e numa perspectiva linguístico-discursiva, abordar, <strong>de</strong> entre os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong><br />

referência (Halliday & Hasan 1976), ainda que sumariamente, os <strong>de</strong>monstrativos (i.e., “este”,<br />

“esse”, e “aquele”) e os advérbios <strong>de</strong> lugar (“aqui”, “ali”, “cá” e “lá”).<br />

Para um estu<strong>do</strong> mais sist<strong>em</strong>ático, recorr<strong>em</strong>os a um programa <strong>de</strong> concordâncias [1], a<br />

fim <strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>r a uma análise textual, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta a frequência <strong>de</strong> palavras, a<br />

ocorrência <strong>de</strong> categorias léxico-s<strong>em</strong>ânticas e sintácticas, e a “s<strong>em</strong>antic prosody” [2]. Os<br />

da<strong>do</strong>s foram coligi<strong>do</strong>s e (Biber et al. 1998: 32) normalisa<strong>do</strong>s, por forma a realizar-se uma<br />

análise da ocorrência <strong>do</strong>s referentes <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, nas quatro versões seleccionadas, partin<strong>do</strong><br />

da sist<strong>em</strong>atização <strong>do</strong>s registos <strong>em</strong> tabelas <strong>de</strong> frequência. S<strong>em</strong>pre que pertinente, inser<strong>em</strong>se<br />

linhas <strong>de</strong> concordância (“strings”) que contribuam para uma melhor i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> seu<br />

contexto <strong>de</strong> ocorrência b<strong>em</strong> como ilustração <strong>de</strong> argumentos.<br />

Antes <strong>de</strong> passarmos à análise contrastiva da ocorrência <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ícticos, nas suas<br />

formas pronominal, por ex<strong>em</strong>plo, os <strong>de</strong>monstrativos, e adverbial (locativos), nas versões<br />

adaptadas e/ou simplificadas e ilustradas, julgamos pertinente aludir sumariamente ao<br />

impacto visual, tal como é <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> por Calvino, às quais estão subjacentes estratégias<br />

linguísticas, estilísticas e narrativas recorrentes <strong>em</strong> Pinóquio, e facilita<strong>do</strong>ras da interpretação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ícticos no texto completo, constituí<strong>do</strong> por trinta e seis capítulos, com o recurso a 6<br />

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