20.04.2013 Views

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ana Gran<strong>de</strong> é uma menina muito gran<strong>de</strong> e este facto traz-lhe sérios probl<strong>em</strong>as:<br />

T<strong>em</strong> <strong>de</strong> sentar-se na última fila, na escola, para não perturbar os colegas; é<br />

s<strong>em</strong>pre encontrada quan<strong>do</strong> brincam às escondidas, porque não se consegue<br />

escon<strong>de</strong>r; não cabe na cama – fica com os pés <strong>de</strong> fora; e até os outros meninos<br />

“gozam com ela”, como é referi<strong>do</strong> no texto.<br />

É muito gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong>rruba os objectos por on<strong>de</strong> passa e, por isso, to<strong>do</strong>s a<br />

consi<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>sastrada. Os pais amam-na como ela é, mas Ana Gran<strong>de</strong> sente-se<br />

triste. Sentada num banco <strong>do</strong> jardim, uma senhora também <strong>de</strong> uma altura invulgar<br />

aproxima-se <strong>de</strong>la, compreen<strong>de</strong> o seu probl<strong>em</strong>a e propõe-lhe jogar basquetebol.<br />

E assim se altera a vida <strong>de</strong> Ana, que encontra amigos <strong>do</strong> seu tamanho e uma<br />

activida<strong>de</strong> na qual se <strong>de</strong>staca e até obtém a admiração <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s.<br />

“A Viag<strong>em</strong> <strong>de</strong> Djuku”, <strong>de</strong> Alain Corbel, é um livro fascinante e rico <strong>em</strong><br />

mensag<strong>em</strong> <strong>de</strong> esperança e <strong>de</strong> respeito para com os outros. A personag<strong>em</strong> principal,<br />

Djuku, <strong>de</strong> raça negra, é um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> persistência, <strong>de</strong> espírito <strong>de</strong> aventura, <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>dicação ao trabalho e <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>.<br />

Djuku <strong>de</strong>ixa a sua al<strong>de</strong>ia, porque não há trabalho, mas leva consigo, impressa<br />

no seu corpo, toda a vida das pessoas e das coisas que faziam parte <strong>do</strong> seu dia-a-dia<br />

e com estas l<strong>em</strong>branças sente-se acompanhada e, numa viag<strong>em</strong> longa e difícil, nunca<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> sentir o carinho a envolvê-la. É como se toda a al<strong>de</strong>ia viajasse consigo.<br />

Na gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong>, encontra <strong>em</strong>prego num restaurante, mas sente que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

si há <strong>do</strong>is mun<strong>do</strong>s, pois a al<strong>de</strong>ia e o restaurante estão separa<strong>do</strong>s... E um dia,<br />

enquanto se <strong>de</strong>dica ao seu trabalho na cozinha, uma palavra escutada na televisão<br />

rompe a serenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Djuku: ouviu pronunciar o nome da sua al<strong>de</strong>ia.<br />

Naquele momento estilhaçou-se o seu universo e, como um dique que se<br />

abrisse, aquela mulher tão serena aban<strong>do</strong>na a cozinha; na sala <strong>de</strong> jantar, diante <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong>s, chora copiosamente; conta a sua história espalhan<strong>do</strong> no coração <strong>do</strong>s ouvintes o<br />

mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> ternura que trazia aprisiona<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si. Escutam-na, <strong>em</strong>ociona<strong>do</strong>s e<br />

atentos. Agora toda a gente conhece a sua vida, assumin<strong>do</strong>-a um pouco como sua.<br />

Djuku sente-se diferente mas acompanhada; to<strong>do</strong>s quer<strong>em</strong> festejar.<br />

E a ilustração reforça o texto: Djuku, a única presença <strong>de</strong> cor, num círculo <strong>de</strong><br />

ouvintes <strong>de</strong> cor branca, suspensos da sua voz...<br />

“A Ovelhinha Preta”, <strong>de</strong> Elizabeth Shaw, aborda o t<strong>em</strong>a da Diferença, não<br />

unicamente como Tolerância mas como valorização, o que s<strong>em</strong>pre nos parece <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong> riqueza para as crianças.<br />

416

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!