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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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“Não tenhas me<strong>do</strong>, vai tu<strong>do</strong> correr b<strong>em</strong>. (...) Não chores... Não chores... já és<br />

crescida.” (p.24).<br />

Este livro é uma verda<strong>de</strong>ira obra-prima para as crianças, porque, ao apresentar<br />

a guerra num universo ficcional, e até com alguns ‘ingredientes’ <strong>de</strong> magia, não <strong>de</strong>ixa<br />

<strong>de</strong> a mostrar na sua crueza.<br />

“Caidé: Aventuras <strong>de</strong> um cão <strong>de</strong> sala contadas pelo próprio”, <strong>de</strong> António<br />

Torra<strong>do</strong>, <strong>em</strong>parceira com as melhores obras <strong>de</strong> Literatura para a Infância. O fascínio<br />

<strong>de</strong>ste livro <strong>de</strong>ve-se, <strong>em</strong> primeiro lugar, ao facto <strong>de</strong> a narrativa ser apresentada pela<br />

voz <strong>do</strong> narra<strong>do</strong>r-cão que protagoniza diferentes acontecimentos; também as situações<br />

narradas - pelos diferentes comportamentos apresenta<strong>do</strong>s, muitas vezes <strong>de</strong> crítica ao<br />

ser humano, e pelo humor requinta<strong>do</strong> - concorr<strong>em</strong> para o valor <strong>de</strong>sta obra.<br />

No conto “Caidé, rei <strong>do</strong>s animais”, este é leva<strong>do</strong> pela mata <strong>em</strong> corrida<br />

<strong>de</strong>senfreada, a convite <strong>de</strong> Gengis, que apenas preten<strong>de</strong> caçar coelhos.<br />

Enquanto Gengis se afasta, Caidé vive uma das cenas mais <strong>em</strong>ocionantes e<br />

repassadas <strong>de</strong> ternura <strong>de</strong> toda a obra quan<strong>do</strong> enfrenta um coelho ainda muito<br />

pequeno que é incapaz <strong>de</strong> caçar, como seria normal da sua natureza <strong>de</strong> cão. O relato<br />

na primeira pessoa <strong>de</strong>sse encontro com um coelhinho que “Batia o <strong>de</strong>nte <strong>de</strong> pavor.”<br />

(p.31) é <strong>em</strong>ocionante e importante <strong>em</strong> nosso enten<strong>de</strong>r.<br />

Vejamos o que se passa no diálogo que ambos mantêm: “ - A minha mãe... a<br />

minha mãe... a minha mãe já morreu – balbuciou o coelhinho, numa voz molhada <strong>de</strong><br />

lágrimas. (...)<br />

- Morreu, sim, senhor cão. Mataram-na os caça<strong>do</strong>res, na última época <strong>de</strong> caça. -<br />

E o pobre tr<strong>em</strong>ia e soluçava.<br />

Que po<strong>de</strong> um cão, que não está habitua<strong>do</strong> a estas <strong>em</strong>oções, fazer <strong>em</strong><br />

s<strong>em</strong>elhante circunstância?” (pp.32-33).<br />

E, ao afastar-se, sorrateiramente, recuan<strong>do</strong>, numa atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> respeito<br />

para com o coelhinho, Caidé sente-se tranquilo e recompensa<strong>do</strong>:<br />

“Entretanto, entar<strong>de</strong>cera. No céu a acinzentar-se, vi a Lua muito re<strong>do</strong>nda, a olhar<br />

para mim. Parece que me sorriu.” (p.33).<br />

2.2 - Tristeza<br />

As situações que revelam <strong>em</strong>oções negativas traz<strong>em</strong> quase s<strong>em</strong>pre, na<br />

Literatura <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinatário mais jov<strong>em</strong>, situações positivas; a extraordinária a<strong>de</strong>quação<br />

a este público advém <strong>de</strong>ssa parceria como trampolim <strong>de</strong> crescimento.<br />

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