20.04.2013 Views

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A visualização <strong>do</strong> cartaz, à partida, causa estranheza, assim como a palavra<br />

“cuque<strong>do</strong>”, que terá <strong>de</strong> ser explorada a priori numa tentativa <strong>de</strong> se perceber os significa<strong>do</strong>s<br />

da<strong>do</strong>s pela criança, quer <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> palavras que lhe estão associadas, quer <strong>em</strong> termos<br />

icónico-gráficos. Percebe-se o jogo <strong>de</strong> imagens pela repetição e pela sequencialização<br />

dada, o que a transforma numa estrutura formal. Ao ser lida a palavra, a sonorização que se<br />

cria permite à criança perceber o texto, uma vez que se <strong>de</strong>senvolve por associação. Sen<strong>do</strong><br />

que a lógica linguística da criança não é causal mas sim associativa, o que permite apelar à<br />

m<strong>em</strong>ória da criança, o reconto da história faz-se, <strong>em</strong> qualquer ida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma lúdica,<br />

pre<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> a assertivida<strong>de</strong> das palavras que utiliza e, sobretu<strong>do</strong>, porque interpreta o que<br />

lê. Isto porque a criança valoriza o aspecto formal e sonoro da estrutura <strong>de</strong> um conto. Neste<br />

senti<strong>do</strong>, concordamos com Manila (2007) quan<strong>do</strong> refere que “ensinar um aluno a expressar-<br />

se oralmente, a <strong>do</strong>minar o timbre, a altura e a intensida<strong>de</strong> da voz é também convidá-lo a<br />

tomar consciência <strong>do</strong> seu corpo, a compreen<strong>de</strong>r os mecanismos fisiológicos s<strong>em</strong> os quais a<br />

transformação <strong>do</strong> ar <strong>em</strong> som – e, além disso, <strong>em</strong> som significativo – é impossível” (p.11).<br />

Len<strong>do</strong> a história facilmente se percebe que há to<strong>do</strong> um percurso interior repetitivo o<br />

que permite o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> raciocínio associativo. Porém, essa repetição é quebrada<br />

pela existência <strong>de</strong> espaços <strong>em</strong> branco que, ao representar<strong>em</strong> o espaço que <strong>de</strong>veria ser<br />

preenchi<strong>do</strong> pela figura estranha, espicaçam mais a curiosida<strong>de</strong> da criança para o seu<br />

conhecimento. Mas como se lê esta história?<br />

Andava uma<br />

manada<br />

hipopótamos<br />

a fazer<br />

Andava uma<br />

manada<br />

<strong>de</strong> hipopótamos <strong>de</strong> lá para cá<br />

<strong>de</strong> lá para cá<br />

e <strong>de</strong> cá para<br />

lá?<br />

<strong>de</strong> hipopótamos<br />

e zebras<br />

e <strong>de</strong> cá para lá<br />

Ai! Tu não<br />

sabes?<br />

<strong>de</strong> lá para cá<br />

e <strong>de</strong> cá para lá<br />

quan<strong>do</strong><br />

apareceu uma<br />

zebra que disse: ALTO LÁ! Po<strong>de</strong>m dizerme…<br />

Chegou…<br />

quan<strong>do</strong><br />

apareceu um<br />

elefante<br />

à selva o<br />

Cuque<strong>do</strong>!<br />

O Cuque<strong>do</strong>! E qu<strong>em</strong><br />

é o Cuque<strong>do</strong> -<br />

perguntou a Zebra.<br />

que disse: ALTO LÁ!<br />

O Cuque<strong>do</strong> é<br />

muito<br />

assusta<strong>do</strong>r...<br />

Po<strong>de</strong>m dizerme…<br />

o que andam<br />

vocês…<br />

Prega sustos a<br />

qu<strong>em</strong> estiver<br />

para<strong>do</strong> no<br />

mesmo lugar.<br />

o que andam<br />

vocês…<br />

470

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!