20.04.2013 Views

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

codificada não só por meio <strong>do</strong> alfabeto, mas também, através <strong>do</strong> efeito visual produzi<strong>do</strong>, é<br />

capaz <strong>de</strong> criar significa<strong>do</strong>s simbólicos, assumin<strong>do</strong>-se no mesmo plano da imag<strong>em</strong>.<br />

Fig.10 - O búzio <strong>de</strong> Nacar<br />

Ilustra<strong>do</strong>r: Jorge Colombo; Vértice: 1981<br />

Jorge Colombo experimenta <strong>em</strong> “O búzio <strong>de</strong> Nácar” (Fig.10), ilustra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1981, um<br />

recurso normalmente utiliza<strong>do</strong> pela BD – o balão <strong>de</strong> diálogo – que contém a onomatopeia<br />

“TRRRIIIM”. A aproximação à BD é actualmente reconhecida socialmente enquanto forma<br />

literária e comunicacional e, por isso, facilita a <strong>de</strong>scodificação da imag<strong>em</strong> pelo leitor.<br />

O texto não nos diz que tipo <strong>de</strong> som sai <strong>do</strong> búzio, mas a imag<strong>em</strong> associa-o ao toque <strong>de</strong><br />

um telefone. Graficamente, o ilustra<strong>do</strong>r também conseguiu transmitir ao leitor a vibração e<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong> toque, utilizan<strong>do</strong> para o efeito a repetição <strong>de</strong> letras contornadas a preto e<br />

preenchidas por um <strong>de</strong>gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> tons azula<strong>do</strong>s.<br />

O livro infantil recupera a forma da letra e o uso <strong>do</strong> alfabeto como el<strong>em</strong>ento gráfico <strong>de</strong><br />

valor s<strong>em</strong>ântico e a sua recepção verbo-visual po<strong>de</strong> acontecer a vários níveis. Na gran<strong>de</strong><br />

maioria <strong>de</strong>stas produções a tendência é consi<strong>de</strong>rar o texto como imag<strong>em</strong> e potenciá-lo na sua<br />

dimensão gráfica e pictórica, quer se trat<strong>em</strong> <strong>de</strong> diálogos, quer se trat<strong>em</strong> <strong>de</strong> letras<br />

transformadas <strong>em</strong> personagens da história.<br />

Em “A Revolução das Letras: o 25 <strong>de</strong> Abril explica<strong>do</strong> às crianças” ilustra<strong>do</strong> por Fedra<br />

Santos (2004) observa-se como o texto se transforma <strong>em</strong> imag<strong>em</strong>, ganhan<strong>do</strong> o corpo das<br />

personagens (Figs.11 e 12). As letras ganham forma humana (olhos, nariz, boca, braços,<br />

pernas e roupas), e realizam a acção <strong>de</strong>scrita no texto. As letras antropomorfizadas tocam<br />

trompete e falam <strong>em</strong> megafones como personagens humanas.<br />

374

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!