20.04.2013 Views

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

po<strong>de</strong>mos ignorar o facto <strong>de</strong> que, seja qual for a terminologia, há livros ilustra<strong>do</strong>s que exig<strong>em</strong> uma<br />

<strong>leitura</strong> diferente, e uma interpretação sofisticada das narrativas que resultam <strong>de</strong> uma relação<br />

#complexa e subtil “ (Sipe, 1998:97) entre os <strong>do</strong>is códigos.<br />

2.2 Os <strong>do</strong>is códigos e a compreensão<br />

Esta habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar uma história através <strong>de</strong> palavras e imagens levou a que livros<br />

ilustra<strong>do</strong>s assumiss<strong>em</strong> um papel importante nos programas <strong>de</strong> literacia inicial. Investigação na<br />

aquisição da língua materna mostra que a activida<strong>de</strong> mais importante para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

uma compreensão básica <strong>de</strong> literacia e as suas funções é a <strong>leitura</strong> <strong>em</strong> voz alta <strong>de</strong> livros<br />

ilustra<strong>do</strong>s, (NAEYC. 1998). Pesquisa t<strong>em</strong> realça<strong>do</strong> o quão importante isto é <strong>em</strong> casa (Ninio, 1983;<br />

Wells 1986) e na escola (Robins & Ehri 1994; McGee & Schickedanz 2007), com particular relevo<br />

para <strong>de</strong>senvolvimentos positivos <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> aquisição vocabular e interpretação/funcionamento<br />

da narrativa (Elley 1989; Dickenson & Smith 1994; Neuman 1999). Também existe investigação<br />

sobre o papel <strong>de</strong> livros ilustra<strong>do</strong>s na aquisição <strong>de</strong> uma segunda língua, <strong>em</strong> particular no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> vocabulário (Collins 2005; Coledge 2005). Muita <strong>de</strong>sta pesquisa salienta a<br />

importância da repetição <strong>de</strong> <strong>leitura</strong>s das histórias e diálogo com as crianças sobre as ilustrações.<br />

Sab<strong>em</strong>os que a qualida<strong>de</strong> das ilustrações, assim como as características textuais <strong>de</strong><br />

acumulação e repetição <strong>em</strong> livros ilustra<strong>do</strong>s permit<strong>em</strong> às crianças,que ainda não estão a ler<br />

palavras “ler” a história, numa espécie <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> “<strong>em</strong>ergente” (Clay, 1991). Isto implica que, <strong>em</strong><br />

mo<strong>de</strong>los narrativos paralelos, as palavras e as imagens trabalham <strong>em</strong> conjunto para fornecer um<br />

apoio essencial, e que leitores <strong>de</strong> qualquer nível têm a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “retirar um mínimo <strong>de</strong><br />

compreensão partilha<strong>do</strong>, e apreciá-lo” (Furnish 2002:11).<br />

É por isso compreensível que, num contexto <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Inglês, um <strong>do</strong>s critérios para a<br />

selecção <strong>de</strong> livros ilustra<strong>do</strong>s seja que o código visual apoie o código verbal, preten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se<br />

ten<strong>de</strong>ncialmente fornecer um contexto <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> seguro. O pensamento sobre a maneira<br />

como estes <strong>do</strong>is códigos interag<strong>em</strong> e as implicações para o ensino reduz<strong>em</strong>-se, infelizmente, a<br />

consi<strong>de</strong>rações acerca <strong>de</strong> ilustrações como um estímulo para as crianças, e uma ajuda ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da sua percepção artística e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scodificação visual.<br />

Nikolajeva & Scott (2006:17) acreditam que livros ilustra<strong>do</strong>s com narração <strong>em</strong> paralelo<br />

<strong>de</strong>ixam o leitor algo passivo. No mo<strong>de</strong>lo inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, Agosto (1999: 278) argumenta que<br />

estas narrativas fornec<strong>em</strong> mais benefícios intelectuais para os leitores. Os não-leitores <strong>em</strong><br />

particular são encoraja<strong>do</strong>s a ouvir e observar para construir o significa<strong>do</strong>, assim <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> as<br />

suas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compreensão da língua. Nikolajeva & Scott (2000:226) falam <strong>do</strong>s leitores<br />

que são <strong>de</strong>safia<strong>do</strong>s a mediar entre os <strong>do</strong>is códigos para chegar à verda<strong>de</strong>ira compreensão.<br />

Há investigação significativa sobre como as crianças usam as ilustrações das histórias para<br />

criar significa<strong>do</strong>. Hughes (1998: 118) relata que as crianças são mais perceptivas <strong>do</strong> que os<br />

adultos a ler imagens e investigação <strong>de</strong> Arizpe & Styles (2003) <strong>do</strong>cumenta como as crianças dão<br />

309

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!