20.04.2013 Views

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a criança e a sua educação constitu<strong>em</strong> valores cimeiros da humanida<strong>de</strong>” 16 .<br />

É, pois, natural que, a partir <strong>de</strong>ste momento, a literatura para as crianças tenha passa<strong>do</strong> a<br />

merecer uma atenção singular a pais e educa<strong>do</strong>res, a escritores e a homens <strong>de</strong> cultura, a<br />

sociólogos e psicólogos, a instituições religiosas, culturais e políticas, já que – como<br />

afirmou Aguiar e Silva – “se trata <strong>de</strong> um vector extr<strong>em</strong>amente influente na conformação <strong>do</strong><br />

futuro” 17<br />

.<br />

Na linha <strong>de</strong> pensamento <strong>do</strong> autor cita<strong>do</strong>, há ainda que referir a crescente<br />

alfabetização das crianças e <strong>do</strong>s jovens, levada a cabo sobretu<strong>do</strong> nos países<br />

18<br />

industrializa<strong>do</strong>s da Europa . Assim se criou um público cada vez mais numeroso para a<br />

literatura infantil. Por outro la<strong>do</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico possibilitou a produção <strong>de</strong><br />

livros graficamente mais atraentes, nos quais a ilustração foi ganhan<strong>do</strong> importância. E,<br />

finalmente, o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico permitiu ainda reduzir o preço das edições,<br />

tornan<strong>do</strong> o livro mais acessível para esse novo público leitor.<br />

Um público para o qual vão progressivamente surgin<strong>do</strong> obras literárias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

valor e importantíssimas para que a criança vá apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a mo<strong>de</strong>lizar o mun<strong>do</strong>; para<br />

que a criança construa universos simbólicos, aprenda as regras <strong>de</strong> convivência social e<br />

consoli<strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> valores e <strong>de</strong> crenças. Obras importantíssimas porque, a par <strong>de</strong>sta<br />

função mo<strong>de</strong>liza<strong>do</strong>ra, possibilitam também o <strong>de</strong>senvolvimento da imaginação, da fantasia<br />

e <strong>do</strong> prazer lúdico, b<strong>em</strong> como um progressivo <strong>de</strong>senvolvimento da língua materna. É<br />

interessante a seguinte afirmação <strong>de</strong> Aguiar e Silva – “o livro infantil constitui […] um<br />

19<br />

complexo e subtil ‘laboratório linguístico’ para as crianças” . Na verda<strong>de</strong>, este corpus<br />

literário possibilita à criança a exploração das virtualida<strong>de</strong>s da língua e o consequente<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da criativida<strong>de</strong> 20<br />

.<br />

É, antes <strong>de</strong> mais, na atenção dada ao leitor infantil que os contos <strong>de</strong> An<strong>de</strong>rsen se<br />

distingu<strong>em</strong> e o génio <strong>do</strong> autor se afirma.<br />

O movimento romântico t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> entendi<strong>do</strong> como expressão <strong>de</strong> um novo tipo <strong>de</strong><br />

relações entre o escritor e o público. Neste senti<strong>do</strong>, é relevante a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Romantismo<br />

avançada por António José Saraiva:<br />

16 SILVA, “Nótula sobre o conceito <strong>de</strong> Literatura Infantil”, p.14.<br />

17<br />

Id., Ibi<strong>de</strong>m.<br />

18<br />

Cf. Id., Ibi<strong>de</strong>m, p.13.<br />

19 Id., Ibi<strong>de</strong>m, p.14.<br />

20 Há mais <strong>de</strong> três décadas, António Quadros realçava a dimensão formativa da literatura fantástica na<br />

educação infantil, afirman<strong>do</strong>: “O estímulo à imaginação pela narrativa maravilhosa […] é uma verda<strong>de</strong>ira<br />

pedagogia da criativida<strong>de</strong> – que terá mais tar<strong>de</strong> reflexos não só no senti<strong>do</strong> da liberda<strong>de</strong> <strong>do</strong> hom<strong>em</strong> adulto<br />

perante os sist<strong>em</strong>as mecanicistas que o ro<strong>de</strong>iam, como na invenção científica, no pensamento filosófico e na<br />

criação artística ou poética” [QUADROS, António, O senti<strong>do</strong> educativo <strong>do</strong> maravilhoso. Lisboa, M.E.N., 1972,<br />

p.30].<br />

231

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!