20.04.2013 Views

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Tal como acontece quan<strong>do</strong> se tenta <strong>de</strong>finir o acto <strong>de</strong> ler, o conceito <strong>de</strong> compreensão<br />

da <strong>leitura</strong> origina diferentes enunciações e perspectivas. De acor<strong>do</strong> com Santos (2000) “o<br />

objectivo <strong>de</strong> toda a <strong>leitura</strong> é, precisamente, compreen<strong>de</strong>r o que está escrito” (p. 33),<br />

situan<strong>do</strong>-se Sim-Sim e Micaelo nesta linha <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong> pensamento, pois “a<br />

compreensão da <strong>leitura</strong> é entendida como uma construção activa <strong>de</strong> significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto <strong>em</strong><br />

que a informação <strong>de</strong> um estímulo se associa a informação prévia <strong>de</strong> que o leitor dispõe”<br />

(Sim-Sim & Micaelo, 2006, p. 40), sen<strong>do</strong> assim a compreensão leitora entendida como a<br />

assimilação <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> da mensag<strong>em</strong> contu<strong>do</strong>, esta apreensão resulta <strong>do</strong> “nível <strong>de</strong><br />

compreensão da interacção da criança com o texto” (Sim-Sim, 2007, p.9).<br />

Na perspectiva <strong>de</strong> Venâncio (2004), “o leitor constrói o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto por meio da<br />

interpretação e das inferências. Se o leitor, ao ler um texto, não tiver os conceitos<br />

subjacentes à sua compreensão, limita-se a <strong>de</strong>scodificar” (p. 53). Esta visão i<strong>de</strong>ntifica os<br />

processos através <strong>do</strong>s quais a criança é capaz <strong>de</strong> extrair informação <strong>do</strong> texto e inferir os<br />

significa<strong>do</strong>s implícitos, contu<strong>do</strong>, admite também que a acção <strong>de</strong> inferir é bastante<br />

influenciada pelo texto e pelos conhecimentos prévios <strong>do</strong> leitor.<br />

Alguns investiga<strong>do</strong>res, basean<strong>do</strong>-se no tipo <strong>de</strong> perguntas <strong>do</strong> texto, <strong>de</strong>senvolveram<br />

esqu<strong>em</strong>as <strong>de</strong> classificação que distingu<strong>em</strong> os diferentes processos <strong>de</strong> compreensão<br />

(Cunningham, 1987; Viana & Teixeira, 2002; Giasson, 2000; Raphael, 1986). Viana e<br />

Teixeira (2002), ao efectuar<strong>em</strong> uma síntese integra<strong>do</strong>ra das taxonomias <strong>de</strong> Barrett e <strong>de</strong><br />

Smith, apresentam-nos como níveis <strong>de</strong> compreensão da <strong>leitura</strong>: a) compreensão literal; b)<br />

compreensão interpretativa ou inferencial; c) avaliação ou julgamento; d) apreciação e; e)<br />

criação. Enquanto que a compreensão literal se baseia na reprodução fiel <strong>do</strong> significa<strong>do</strong><br />

explícito <strong>de</strong> um texto; a compreensão interpretativa ou inferencial ancora na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

reconhecer o significa<strong>do</strong> implícito <strong>de</strong> um texto; por sua vez, a avaliação ou julgamento<br />

resulta da síntese e da integração <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is níveis <strong>de</strong> compreensão anteriores, uma vez que<br />

a criança t<strong>em</strong> que questionar, analisar e realizar inferências a fim <strong>de</strong> avaliar a veracida<strong>de</strong> da<br />

mensag<strong>em</strong>, apelan<strong>do</strong> assim ao senti<strong>do</strong> crítico <strong>do</strong> leitor, que <strong>de</strong>ve distinguir a realida<strong>de</strong> da<br />

fantasia, o facto da opinião, b<strong>em</strong> como avaliar a credibilida<strong>de</strong> das fontes <strong>de</strong> informação,<br />

<strong>de</strong>tectar e avaliar pontos <strong>de</strong> vista e técnicas <strong>de</strong> propaganda. No que concerne à apreciação,<br />

a criança t<strong>em</strong> que reagir às qualida<strong>de</strong>s estéticas <strong>do</strong> texto, estan<strong>do</strong> assim s<strong>em</strong>pre envolvi<strong>do</strong>s<br />

processos afectivos; mesmo que sejam usa<strong>do</strong>s critérios objectivos, estes estão apinha<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s, valores e interesses subjectivos da criança. Por fim, a criação resi<strong>de</strong> na<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> aluno <strong>em</strong> criar novas i<strong>de</strong>ias ou interpretações a partir daquilo que leu.<br />

Araújo (2007) apresenta <strong>de</strong> uma forma simplificada (figura 2) <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong><br />

compreensão: a) literal – porque r<strong>em</strong>ete para informação que está explícita no texto e não<br />

requer um juízo crítico da parte <strong>do</strong> leitor; b) inferencial – porque se apoia na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

143

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!