20.04.2013 Views

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

s<strong>em</strong>iótica da recepção <strong>de</strong> Umberto Eco, relativa à “intentio lectoris”, propomo-nos reflectir<br />

sobre alguns <strong>do</strong>s momentos mítico-simbólicos mais significativos das obras da trilogia<br />

sugerida. Procurar-se-á, pelo exercício <strong>de</strong> uma contínua <strong>leitura</strong> conceptual, ace<strong>de</strong>r à<br />

<strong>de</strong>sejada <strong>em</strong>ergência <strong>de</strong> imagens e significa<strong>do</strong>s pluri-isotópicos (ricos <strong>em</strong> significa<strong>do</strong>s<br />

mítico-simbólicos) e construir, num to<strong>do</strong>, a história <strong>do</strong> Eu-leitor imaginal (ser<br />

simbólico/imaginante por natureza), porta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s e r<strong>em</strong>iniscências arquetipais,<br />

motrizes à a<strong>de</strong>quada preparação <strong>do</strong> crescimento intelectual e psicológico <strong>do</strong> indivíduo<br />

Ao abordarmos a noção <strong>do</strong> sujeito imaginal <strong>de</strong>stacamos a importância <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s 3<br />

feitos na intenção <strong>de</strong> se recuperar<strong>em</strong> as qualida<strong>de</strong>s arquetipais da criança (aqui também <strong>do</strong><br />

jov<strong>em</strong> leitor), ten<strong>do</strong> o educa<strong>do</strong>r/media<strong>do</strong>r um papel <strong>de</strong>cisivo no processo <strong>de</strong> concomitância a<br />

estabelecer entre a criança real (que t<strong>em</strong> as suas recordações) e a infância imaginal (que<br />

t<strong>em</strong> as suas r<strong>em</strong>iniscências arquetipais), refutan<strong>do</strong>-se a i<strong>de</strong>ia tradicional <strong>de</strong> oposição<br />

inerente à i<strong>de</strong>ia da criança e <strong>do</strong> adulto. Filipe Alberto Araújo e Joaquim Macha<strong>do</strong> Araújo<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m ainda que a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta “re-união” entre a criança real e a infância<br />

imaginal “implica a afirmação <strong>de</strong> que a criança interior, enquanto faceta da alma humana,<br />

<strong>de</strong>ve irrigar a criança real e levanta a questão <strong>de</strong> saber <strong>de</strong> que mo<strong>do</strong> se <strong>de</strong>veria educar a<br />

Criança para que esta unida<strong>de</strong> seja actuante e não meramente um apelo, ainda que b<strong>em</strong>-<br />

intenciona<strong>do</strong>” (Araújo & Araújo, 2008).<br />

Propomos, assim, tal como os autores, um <strong>em</strong>penho por parte <strong>do</strong> educa<strong>do</strong>r/media<strong>do</strong>r<br />

no senti<strong>do</strong> da a<strong>do</strong>pção da noção da “criança eterna” que existe no adulto e que mais não é<br />

<strong>do</strong> que ousar “ir-mais-longe <strong>de</strong> si e <strong>do</strong> Outro” (2008). Isto é, originar uma aproximação<br />

infalível entre os sujeitos implica<strong>do</strong>s na aprendizag<strong>em</strong>, e tornar mútuas as intenções <strong>do</strong><br />

educa<strong>do</strong>r e <strong>do</strong> educan<strong>do</strong>, cumprin<strong>do</strong>-se o real senti<strong>do</strong> da educabilida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> o educa<strong>do</strong>r,<br />

através da sua actuação, conduz o jov<strong>em</strong> educan<strong>do</strong> à noção da participação/interacção com<br />

o seu circundante .<br />

4<br />

2.2. - As m<strong>em</strong>órias da Águia e <strong>do</strong> Jaguar: o chamamento e o regresso vitorioso<br />

<strong>do</strong> Herói<br />

O <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ler a “infância imaginal” orienta o nosso trabalho, quer para as vivências<br />

<strong>do</strong> herói, quer para os diferentes mitos <strong>do</strong> regressus ad origin<strong>em</strong>. Ao querermos fazer valer<br />

a imag<strong>em</strong> “da Criança arquetipal que a criança real transporta <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si” (Araújo &<br />

Araújo:2008), consi<strong>de</strong>ramos a trilogia As m<strong>em</strong>órias da Águia e <strong>do</strong> Jaguar um construto<br />

3 Só para citar, a nosso ver, os mais ex<strong>em</strong>plificativos, referimos os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Carl Gustav Jung (1993); <strong>de</strong><br />

Maria Montessori (1996; 2000); <strong>de</strong> Filipe Alberto Araújo (2004;2007;2008) e Joaquim Macha<strong>do</strong> Araújo (2007;<br />

2008).<br />

4 Segun<strong>do</strong> os autores cita<strong>do</strong>s, “o educa<strong>do</strong>r, enquanto conselheiro, é um pæ<strong>do</strong>gogos que faz <strong>do</strong> educere<br />

(conduzir para fora, levar <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora), e não <strong>do</strong> educare (alimentar <strong>de</strong> fora), o seu l<strong>em</strong>a principal <strong>de</strong><br />

acção” (2008).<br />

292

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!