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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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Velho e a Toupeira, até porque estes “animais muito pequenos são capazes <strong>de</strong> gestos<br />

muito gran<strong>de</strong>s” (p.19).<br />

No momento <strong>em</strong> que o coelho cai numa armadilha, os seus amigos<br />

experimentam o Me<strong>do</strong> ao receber a notícia. Quan<strong>do</strong> a Toupeira, o Ouriço e o Chapim<br />

estão a tentar salvá-lo, o Coelho vive uma gran<strong>de</strong> aflição:<br />

(...) quan<strong>do</strong> abriu a boca para falar, engoliu uma golfada <strong>de</strong> água e pôs-se a<br />

tossir horrivelmente. Começou então a dar às patas aflitivamente e reparou que<br />

quanto mais se mexia mais se afundava [...] e logo a seguir gritou muito alto: ‘Socorro!<br />

(...) Estou a afundar-me!’, gritava ele quan<strong>do</strong> conseguia pôr a cabeça fora <strong>de</strong><br />

água (...) já estava quase s<strong>em</strong> fôlego.” (pp.22-24).<br />

Também a história assusta<strong>do</strong>ra contada pelo Sapo Muito Velho provoca calafrios<br />

ao Coelho e ao Ouriço:<br />

“Estava uma noite t<strong>em</strong>pestuosa, fria e horrenda. O vento <strong>do</strong>brava os pinheiros<br />

como se os quisesse arrancar da terra e os relâmpagos riscavam o negrume <strong>do</strong> céu...<br />

Os relâmpagos relampejavam, os trovões trovejavam, mas não havia maneira <strong>de</strong><br />

o mar chegar à mata. (...).<br />

O mar começou a crescer, a erguer-se <strong>de</strong>vagar (...). As ondas eram cada vez<br />

maiores, cada uma era mais alta <strong>do</strong> que a anterior. E então uma sombra enorme e<br />

monstruosa caiu sobre a mata. E atrás <strong>de</strong>la vinha uma onda gigante.”<br />

Ao ouvir a narração, numa situação s<strong>em</strong>elhante à que as crianças experimentam<br />

quan<strong>do</strong> lhes l<strong>em</strong>os ou contamos histórias - “O Coelho encostou-se mais ao Ouriço,<br />

assusta<strong>do</strong>, e picou-se, mas não se queixou. E ali ficou <strong>em</strong> silêncio, incapaz sequer <strong>de</strong><br />

se mexer, até ao final da história.” (pp.67-69)<br />

Em “O Coelho Comilão”, <strong>de</strong> Maria Alberta Menéres, são colocadas <strong>em</strong><br />

paralelo, <strong>de</strong> uma forma ímpar, situações da quinta e <strong>do</strong>s matos; na quinta vive<br />

Martinho; um coelho selvag<strong>em</strong> aproxima-se: “Quan<strong>do</strong> avistou o Martinho <strong>de</strong>u um pulo<br />

enorme para fugir <strong>de</strong>le! (...) - Não te vás <strong>em</strong>bora, que eu não te faço mal. Fui eu que te<br />

<strong>de</strong>i a cenoura. - Uff, que susto! Tu és o <strong>do</strong>no <strong>de</strong>sta horta? - balbuciou o coelho ainda a<br />

tr<strong>em</strong>er.” (s/p).<br />

O gran<strong>de</strong> susto <strong>do</strong> coelho, porém, virá um pouco mais tar<strong>de</strong>: “Foi então que<br />

apanhou o maior susto da sua vida! Ouviu passos e à sua frente surgiu um pequeno<br />

mas verda<strong>de</strong>iro monstro!!! Quis enfiar-se para <strong>de</strong>ntro da sua toca. (...). Deixou-se<br />

escorregar pela toca abaixo, arrastan<strong>do</strong> atrás <strong>de</strong> si o magro saco das cenouras.<br />

Porém o monstro <strong>de</strong>sceu atrás <strong>de</strong>le, e ali ficaram os <strong>do</strong>is, apenas separa<strong>do</strong>s pela<br />

pare<strong>de</strong> feita <strong>de</strong> serapilheira, a olhar um para o outro s<strong>em</strong> se po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> tocar.<br />

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