20.04.2013 Views

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

própria vida aproprian<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> saberes históricos e culturais. Entrelaça<strong>do</strong>s na vida real,<br />

mun<strong>do</strong> da <strong>leitura</strong> e <strong>leitura</strong> <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> invocam a t<strong>em</strong>porária suspensão <strong>do</strong> real, patrocina<strong>do</strong>s<br />

pelo livro cuja forma ilumina e fecunda o retorno ao real, pois <strong>em</strong> cada parte <strong>do</strong> livro há<br />

pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> um <strong>de</strong>les.<br />

Um leitor competente, termo <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro das diretrizes curriculares nacionais <strong>de</strong><br />

Língua Portuguesa, é “alguém que, por iniciativa própria, é capaz <strong>de</strong> selecionar, <strong>de</strong>ntre os<br />

trechos que circulam socialmente, aqueles que po<strong>de</strong>m aten<strong>de</strong>r a uma necessida<strong>de</strong> sua. Que<br />

consegue utilizar estratégias <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> a<strong>de</strong>quada para abordá-los <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r a essa<br />

necessida<strong>de</strong>” (PCNs, 1997, p. 54).<br />

Ao refletirmos sobre a constituição leitora <strong>do</strong>s alunos, há que se abrir uma breve<br />

pon<strong>de</strong>ração aqui neste texto, sobre a constituição <strong>do</strong> professor leitor, pois <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos que,<br />

sen<strong>do</strong> ele um leitor competente, passará aos seus alunos o gosto e o prazer pela <strong>leitura</strong>. A<br />

constituição <strong>de</strong> professores leitores também da palavra/imag<strong>em</strong>, enquanto <strong>leitura</strong> e<br />

apropriação da realida<strong>de</strong>, aponta para possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mudanças que acreditamos passar<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a formação inicial <strong>do</strong>s professores, até as normativas básicas para a contratação <strong>do</strong>s<br />

mesmos. Ana Maria Macha<strong>do</strong> (2001, p. 122) expõe uma comparação estarrece<strong>do</strong>ra sobre a<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração por parte <strong>de</strong> dirigentes <strong>de</strong> autarquias educacionais para com a <strong>leitura</strong><br />

enquanto instrumento <strong>de</strong> apropriação da cultura e conhecimento <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>. Porém, a<br />

mesma é contun<strong>de</strong>nte, fazen<strong>do</strong> valer o argumento <strong>de</strong> que “qu<strong>em</strong> não lê po<strong>de</strong> fazer ler é tão<br />

absur<strong>do</strong> quanto pensar que alguém que não sabe nadar po<strong>de</strong> se converter <strong>em</strong> instrutor <strong>de</strong><br />

natação. Porém é isso que estamos fazen<strong>do</strong>”, ou seja, não se contrata um instrutor <strong>de</strong><br />

natação que não sabe nadar, porém t<strong>em</strong>os professores que não lê<strong>em</strong>.<br />

Sabe-se que não há como generalizar afirman<strong>do</strong> que os professores não lê<strong>em</strong>, até<br />

porque isso <strong>de</strong>mandaria pesquisas específicas. No entanto, há gran<strong>de</strong>s equívocos quanto à<br />

constituição leitora <strong>do</strong>cente: um fator <strong>de</strong>terminante é o <strong>de</strong>scaso com a literatura – s<strong>em</strong>pre<br />

<strong>de</strong>ixada para segun<strong>do</strong> plano nos programas institucionais <strong>de</strong> formação <strong>do</strong>cente – pela<br />

crença <strong>de</strong> que não é necessária uma formação específica para <strong>de</strong>senvolver o trabalho.<br />

A professora alfabetiza<strong>do</strong>ra <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> s<strong>em</strong>pre procurou trazer textos literários <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> para a sala <strong>de</strong> aula, por enten<strong>de</strong>r que a literatura infantil é objetivação <strong>de</strong><br />

processos cria<strong>do</strong>res que representa e recria o mun<strong>do</strong>, o hom<strong>em</strong> e a vida através da palavra.<br />

Compartilha, assim, da paixão pela literatura infantil <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> com estudiosos <strong>do</strong> t<strong>em</strong>a<br />

como Marisa Lajolo (1994), Regina Zilbermann (2005), Eliana Yunes (2002), <strong>de</strong>ntre outros.<br />

Sobre o prazer <strong>de</strong> ler, Ana Maria Macha<strong>do</strong> (2001, p. 123) <strong>de</strong>staca que “existe um prazer<br />

puramente humano, o <strong>de</strong> pensar, <strong>de</strong>cifrar, argumentar, raciocinar, contestar, enfim: unir e<br />

confrontar idéias diversas. E a literatura é uma das melhores maneiras <strong>de</strong> nos encaminhar a<br />

esse território <strong>de</strong> requinta<strong>do</strong>s prazeres”.<br />

456

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!