de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

Ler mais é saber mais
O texto que acompanha a comunicação no 7.º encontro nacional sobre Literatura Infantil e
Ilustração promovido pelo Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, não
sendo um trabalho de investigação, é o relato do projecto educativo experimental desenvolvido
nos últimos três anos lectivos, tem sido alvo do interesse por parte de docentes e,
particularmente, pelos alunos envolvidos, que no quotidiano escolar dizem: “professor, quero
ler!”.
É conhecida a preocupação dos docentes quanto à motivação dos alunos para a leitura.
Louis Porcher, na sua obra “Escola Paralela”, advertia os docentes para a necessidade de eles
conciliarem o conhecimento puramente livresco com o saber transmitido através dos diferentes
meios audiovisuais. Cada vez mais, as crianças sentem uma atracção especial pelos media:
televisão, rádio, vídeo, internet e outros. É ao professor que compete harmonizar a utilização
dos tradicionais instrumentos de ensino (o quadro negro e o livro escolar) com as novas
tecnologias da comunicação e informação.
O projecto escolar “Ler mais é saber mais” enquadra-se na resposta ao problema sentido
pela escola em motivar os alunos para o prazer da leitura. O trabalho aqui apresentado, no 7.º
encontro nacional sobre Literatura Infantil e Ilustração, pretende descrever a experiência
didáctica desenvolvida na sala de aula, no domínio da leitura.
O projecto educativo “Ler mais é saber mais” tem decorrido na sala de aula de uma
pequena escola rural do 1.º Ciclo do Ensino Básico do Agrupamento de Escolas de Vagos, no
distrito de Aveiro. Durante os três últimos anos lectivos de existência do projecto, sempre houve
na mesma sala vários níveis de ensino repartidos por cerca de 24 alunos entre os quais, uma
aluna abrangida pelo programa Necessidades Educativas Especiais. O docente da turma,
utilizador do método das 28 palavras para iniciação à escrita e à leitura, iniciou este projecto
quando os seus oito alunos do 1.º ano transitaram para o 2.º ano, no ano lectivo de 2005 /2006.
Para que a iniciativa alcançasse os seus objectivos, foi decisivo o papel da Associação de Pais,
que contribuiu bastante para apetrechar tecnologicamente a sala de aula. Entre outros
recursos, a sala disponibiliza: três computadores ligados à Internet, um projector de vídeo e
colunas de som de alta-fidelidade. É ainda utilizada uma pequena máquina fotográfica com
gravação vídeo, que é propriedade do professor da turma.
Na sala de aula, o livro e o quadro negro têm vindo a ceder lugar a outros suportes da
escrita e da leitura. Há muito que os alunos se habituaram a ler documentos audiovisuais, não
só na televisão, mas também nos monitores dos computadores e dos telemóveis. A leitura
realizada em suporte de papel ou em quadro de ardósia deixou de monopolizar a estruturação
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