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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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1. Introdução<br />

De acor<strong>do</strong> com Bishop (2003) e Weinstein & Siever (2003), não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os<br />

“esperar para ver”, ou seja, não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os esperar que a criança falhe na<br />

aprendizag<strong>em</strong> da <strong>leitura</strong> para então avaliar e intervir, n<strong>em</strong>, como suger<strong>em</strong> Foorman et<br />

al. (1997), <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os esperar na expectativa <strong>de</strong> que, com o t<strong>em</strong>po, as coisas se<br />

resolvam por si próprias. Para Shaywitz (2003), a falta <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação precoce da<br />

maioria das crianças com dificulda<strong>de</strong>s na aprendizag<strong>em</strong> da <strong>leitura</strong> é particularmente<br />

preocupante porque a i<strong>de</strong>ntificação na escola ocorre relativamente tar<strong>de</strong>,<br />

frequent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>pois da ida<strong>de</strong> óptima para a intervenção, tornan<strong>do</strong> assim muito<br />

mais difícil o processo <strong>de</strong> reeducação.<br />

Nesta linha, Lyon (1999) acrescenta mesmo que, se a instrução a<strong>de</strong>quada para<br />

<strong>de</strong>senvolver as habilida<strong>de</strong>s centrais <strong>de</strong> uma <strong>leitura</strong> fluente não for fornecida nos<br />

primeiros anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, as dificulda<strong>de</strong>s na <strong>leitura</strong> serão inevitáveis. S<strong>em</strong> uma<br />

intervenção precoce sist<strong>em</strong>ática e intensiva, as crianças <strong>em</strong> risco <strong>de</strong> ter<strong>em</strong><br />

dificulda<strong>de</strong>s na <strong>leitura</strong> raramente irão <strong>do</strong>minar o processo <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> (Lyon & Chhabra,<br />

2004). Assim, dificulda<strong>de</strong>s na <strong>leitura</strong> aos 9 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> potenciam uma vida inteira<br />

<strong>de</strong> iliteracia para, pelo menos, 70% das crianças com dificulda<strong>de</strong>s na <strong>leitura</strong><br />

(Shaywytz, 2003).<br />

Deste mo<strong>do</strong>, a investigação no âmbito da <strong>leitura</strong> t<strong>em</strong> vin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>monstrar, com<br />

vários resulta<strong>do</strong>s bastante encoraja<strong>do</strong>res, que o primeiro passo na prevenção das<br />

dificulda<strong>de</strong>s na <strong>leitura</strong> é a i<strong>de</strong>ntificação e a intervenção o mais precoc<strong>em</strong>ente possível<br />

(National Research Council, 1998). Na realida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Lyon & Chhabra<br />

(2004), a maioria das crianças que entram para o jardim <strong>de</strong> infância <strong>em</strong> risco <strong>de</strong> ter<br />

dificulda<strong>de</strong>s na aprendizag<strong>em</strong> da <strong>leitura</strong> po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r a ler a um nível médio, ou<br />

muito próximo <strong>de</strong>ste, se for<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntificadas precoc<strong>em</strong>ente e lhes for<strong>em</strong> fornecidas<br />

instruções sist<strong>em</strong>áticas e intensivas.<br />

Assim, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Lyon & Chhabra (2004), a i<strong>de</strong>ntificação das crianças <strong>em</strong><br />

risco <strong>de</strong> falhar<strong>em</strong> na <strong>leitura</strong>, associada a uma intervenção na <strong>leitura</strong> sist<strong>em</strong>ática,<br />

compreensiva e baseada nas evidências, po<strong>de</strong> reduzir para 6% o número <strong>de</strong> crianças<br />

que lê<strong>em</strong> abaixo <strong>de</strong> um nível básico (Lyon & Chhabra, 2004).<br />

Também Foorman et al. (1997) refer<strong>em</strong> que 82% das crianças sujeitas a<br />

processos <strong>de</strong> reeducação po<strong>de</strong>m tornar-se leitores com sucesso se a intervenção for<br />

provi<strong>de</strong>nciada nos <strong>do</strong>is primeiros anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>. No entanto, como recordam<br />

os mesmos autores, é preciso não esquecer que esta percentag<strong>em</strong> diminui<br />

drasticamente à medida que avançamos na escolarida<strong>de</strong>, com resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 46% nos<br />

terceiro e quarto anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, e 10% a 15% <strong>em</strong> momentos posteriores.<br />

Em síntese, a combinação <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntificação precoce com uma intervenção<br />

preventiva é fundamental para a diminuição da iliteracia (Bishop, 2003), motivo pelo<br />

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