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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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na medida <strong>em</strong> que a potencialida<strong>de</strong> <strong>do</strong> livro produzi<strong>do</strong> no suporte impresso situa-se no convite<br />

feito à criança para a sua <strong>de</strong>cifração material que se encontra impregna<strong>do</strong> <strong>de</strong> mensagens<br />

simbólicas.<br />

O livro infantil utiliza a seu favor a força da própria forma, exploran<strong>do</strong> os formatos<br />

diferencia<strong>do</strong>s, a impressão <strong>em</strong> policromia, a alta gramag<strong>em</strong> <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> miolo e da capa,<br />

ilustrações no interior e no exterior, etc.<br />

Segun<strong>do</strong> No<strong>de</strong>lmanm (1988, pp. 83-84), as nossas respostas às histórias <strong>do</strong>s livros<br />

infantis são influenciadas pela aparência física <strong>de</strong>sses materiais, mesmo antes <strong>de</strong> lê-los. O<br />

<strong>de</strong>sign <strong>do</strong> livro é a primeira impressão que t<strong>em</strong>os <strong>de</strong>le.<br />

O tamanho <strong>do</strong> livro t<strong>em</strong> influência na forma como estabelec<strong>em</strong>os uma relação com o<br />

livro e com a narrativa que ele contém. Esperamos, por isso, que livros <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> formato<br />

apresent<strong>em</strong> soluções visuais com maior impacto e que livros <strong>de</strong> menores dimensões nos<br />

transmitam uma sensação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> intimida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za. Um livro <strong>de</strong> forma regular<br />

propõe soluções distintas <strong>de</strong> um livro irregular (por ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> casa ou <strong>de</strong> navio).<br />

Os formatos regulares impõ<strong>em</strong> diferentes restrições aos ilustra<strong>do</strong>res e aos <strong>de</strong>signers e,<br />

consequent<strong>em</strong>ente, geram respostas distintas.<br />

Manuela Bacelar experimenta, <strong>em</strong> “Era uma vez a Bublina” (Figs.13 e 14), a utilização<br />

<strong>de</strong> um cortante na cabeça <strong>do</strong> livro. A forma que sobressai aproxima-se <strong>de</strong> uma s<strong>em</strong>icircunferência<br />

que não só encima a capa <strong>do</strong> livro, como também to<strong>do</strong> o seu miolo. A utilização<br />

<strong>do</strong> cortante obrigou à utilização <strong>de</strong> um cartão bastante grosso para aumentar a sua<br />

resistência. Este espaço s<strong>em</strong>icircular serviu para a ilustra<strong>do</strong>ra <strong>de</strong>stacar momentos das acções<br />

que vão sen<strong>do</strong> narra<strong>do</strong>s quer pela ilustração, quer pelo texto. O leitor é tenta<strong>do</strong> pela imag<strong>em</strong><br />

que aí se apresenta e a tendência é, após a <strong>leitura</strong> <strong>do</strong> texto (apenas uma pequena frase por<br />

cada página dupla), olhar para o topo da página, controlan<strong>do</strong>, <strong>de</strong> alguma forma, o trajecto que<br />

os olhos <strong>do</strong> leitor faz<strong>em</strong> pelas páginas <strong>de</strong>ste livro.<br />

Fig.13 e Fig.14 - Era uma vez a Bublina<br />

Ilustra<strong>do</strong>r: Manuela Bacelar; Autor: Manuela Bacelar; Desabrochar: 1996<br />

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