de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

dúvidas de que a participação empenhada dos alunos nos diferentes concursos de língua
portuguesa contribui para o desenvolvimento geral das suas competências, não só ao nível
do domínio da língua materna, mas também ao nível do domínio de técnicas/métodos de
pesquisa e selecção de informação em vários suportes. Também a aprendizagem
colaborativa e o espírito de entreajuda foram fortemente estimulados através da publicação
de comentários nos blogues pelos alunos concorrentes e pelos professores dinamizadores
deste projecto.
Além disso, o facto de se ter aliado em muitas situações a prática da escrita à da
leitura, de os alunos serem levados a reformular e melhorar as suas produções escritas, e
de estas serem significativas para eles, está claramente de acordo com o que preconizam
os programas de Língua Portuguesa para o 3.º ciclo e de Português para o Ensino
Secundário:
“A interiorização de hábitos de escrita decorre da frequência da sua prática, associada
a situações de prazer e de reforço da autoconfiança. Escrever sem receio de censuras, mas
com a certeza de poder contar com os apoios necessários ao aperfeiçoamento de textos,
permitirá ao aluno expor-se através das suas produções. […] cabe ao professor o papel de
interlocutor, animador e criador de situações para melhorar a escrita, integrando-a em
projectos mais latos, funcionais e investidos de significação.
Permitir a expressão de vivências dos alunos, respeitar os seus ritmos de produção e
as suas preferências temáticas e estimular a frequência da escrita, na escola ou fora dela,
são contributos importantes para a interiorização de hábitos de escrita.” (Programa de
Língua Portuguesa para o 3.º Ciclo, pp. 39-40)
“Considera-se de fundamental importância pedagógica que os escritos produzidos
sejam significativos para o aluno, não se destinem apenas ao professor, mas desempenhem
funções previamente estabelecidas que sejam motivantes e compensadoras para o autor
dessas produções. A interacção leitura-escrita será um caminho profícuo para o
desenvolvimento da competência de escrita […]. Importa, pois, que as actividades
estimulem a criatividade, criem o desejo de ler e escrever e tornem o aluno um leitor activo
que mobiliza os seus conhecimentos, coopera com o texto na construção de sentidos e
desenvolve as suas potencialidades criativas.” (Programa de Português para o Ensino
Secundário, p. 20)
Apesar de os resultados a curto prazo serem inegáveis, não pretendemos limitar-nos a
esse nível; de facto, o nosso projecto visa resultados consistentes e a longo prazo. Por
exemplo, embora se tenha registado um incremento notório de requisições dos livros da
biblioteca escolar, a frequência da biblioteca municipal por parte dos nossos alunos não
aumentou significativamente. Isto reforça a consciência que temos de que os hábitos
culturais da população não se alteram facilmente de um dia para o outro.
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