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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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1. Questões introdutórias: da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover a utilização <strong>de</strong><br />

instrumentos <strong>de</strong> avaliação das competências linguísticas<br />

A avaliação, enquanto el<strong>em</strong>ento regula<strong>do</strong>r e promotor da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino-<br />

aprendizag<strong>em</strong>, é parte integrante e imprescindível <strong>do</strong> processo educativo.<br />

De igual forma, o reconhecimento da importância das competências linguísticas<br />

enquanto factor estruturante <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento integral está, actualmente, presente no<br />

discurso e na prática educacionais. De forma a viabilizar uma a<strong>de</strong>quada intervenção<br />

pedagógica, a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> exige instrumentos <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento linguístico que vão para além <strong>do</strong> impressionismo presente <strong>em</strong> algumas<br />

práticas escolares.<br />

Esta necessida<strong>de</strong> torna-se ainda mais pr<strong>em</strong>ente quan<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ramos o facto <strong>de</strong><br />

vermos chegar às nossas escolas um número significativo <strong>de</strong> crianças para qu<strong>em</strong> o<br />

Português não é a língua materna e cujos percursos linguísticos são particularmente difíceis<br />

<strong>de</strong> reconstituir. À sua chegada ao universo escolar, parece ser possível i<strong>de</strong>ntificar uma<br />

gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> factores, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a faixa etária ou o nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> <strong>em</strong> que são<br />

inseri<strong>do</strong>s, até à “distância” tipológica entre a sua língua materna face ao Português, b<strong>em</strong><br />

como variáveis sociais e culturais <strong>do</strong>s respectivos grupos <strong>de</strong> pertença, que condicionam a<br />

forma como estas crianças percepcionam quer a sua língua materna, quer o Português,<br />

como língua segunda. A varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> factores envolvi<strong>do</strong>s constitui, por si só, razão<br />

suficiente para justificar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover o uso <strong>de</strong> instrumentos padroniza<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

avaliação <strong>de</strong> competências linguísticas nestes contextos <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> linguística, quer na<br />

fase <strong>do</strong> diagnóstico inicial, quer ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong>.<br />

Aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aos resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s sobre os níveis <strong>de</strong> literacia <strong>em</strong> Portugal (cf. Sim-<br />

Sim & Ramalho (1993), Benavente (1996)), b<strong>em</strong> como ao facto <strong>de</strong> o 1.º Ciclo <strong>do</strong> Ensino<br />

Básico constituir um momento crucial no <strong>de</strong>senvolvimento linguístico das crianças, não será<br />

<strong>de</strong>masia<strong>do</strong> salientar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover a construção e o uso <strong>de</strong> instrumentos<br />

padroniza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s linguísticas a ser<strong>em</strong> aplica<strong>do</strong>s nesta fase inicial<br />

<strong>de</strong> formação. Estas provas permitir-nos-ão avaliar com maior rigor <strong>em</strong> que áreas se situam<br />

as maiores dificulda<strong>de</strong>s sentidas quer por falantes para qu<strong>em</strong> o Português é a Língua<br />

Materna, quer por falantes para qu<strong>em</strong> esta é uma Língua Segunda, viabilizan<strong>do</strong> assim o<br />

diagnóstico imprescindível para uma intervenção pedagógica diferenciada.<br />

Apresentamos, <strong>em</strong> seguida, uma breve <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sses instrumentos, ainda<br />

<strong>em</strong> fase <strong>de</strong> elaboração: trata-se <strong>de</strong> uma prova <strong>de</strong> avaliação da competência leitora –<br />

PROCOMLEI – organizada por Viana, Pereira, Teixeira & Silva (2006). Não nos afiguran<strong>do</strong><br />

tão viável avaliar o nível da produção (oral ou escrita), optámos aqui por nos <strong>de</strong>bruçar sobre<br />

o nível da compreensão (leitora ou da oralida<strong>de</strong>), da<strong>do</strong> ser<strong>em</strong> estas competências passíveis<br />

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