20.04.2013 Views

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

galerias <strong>de</strong> arte….Uma política escolar orientada para o sucesso <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

alunos não po<strong>de</strong> dispensar a organização <strong>de</strong> um convívio assíduo com estes<br />

bens.<br />

Estas conclusões, apresentadas pelo PISA 2000, <strong>de</strong>veriam ser suficientes para<br />

levar o po<strong>de</strong>r político a reflectir sobre o papel da educação literária na performance <strong>do</strong>s<br />

alunos. De facto, exist<strong>em</strong> boas bases teóricas para a reintrodução generalizada da<br />

literatura na formação das novas gerações 4<br />

.<br />

Margarida Vieira Men<strong>de</strong>s, a especialista <strong>em</strong> Padre António Vieira que lutou<br />

pelo lugar primeiro da literatura no ensino da língua, também citada por Rodrigues<br />

(2002), afirmou: “É mais <strong>de</strong>cisivo na aprendizag<strong>em</strong> da língua, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primária, o<br />

convívio com textos <strong>de</strong> carácter estético, sejam eles os clássicos, sejam as criações<br />

populares tradicionais. É que apren<strong>de</strong>r a usar o Português passa menos pelas<br />

necessida<strong>de</strong>s pessoais e mais pela afeição privada a essa língua, por uma apropriação<br />

5<br />

mútua, progressiva, intuitiva, mediatizada por textos, autores e professores . Também a<br />

voz <strong>de</strong> Maria <strong>do</strong> Carmo Vieira se faz ouvir, hoje, com vigor, numa batalha persistente<br />

pela mesma causa. A sua longa experiência <strong>de</strong> ler os clássicos, com alunos distantes<br />

da cultura letrada, confere-lhe autorida<strong>de</strong> para enfrentar a corrente.<br />

As versões escritas <strong>do</strong>s contos e das fórmulas que conhec<strong>em</strong> <strong>de</strong> cor permit<strong>em</strong><br />

às crianças uma passag<strong>em</strong> harmoniosa da linguag<strong>em</strong> primária (a oral), para a<br />

linguag<strong>em</strong> secundária (a escrita).<br />

Ernesto Veiga <strong>de</strong> Oliveira (1985), na Introdução aos Contos Populares<br />

Portugueses <strong>de</strong> A<strong>do</strong>lfo Coelho, refere-se às fórmulas usadas na educação das crianças<br />

como "manifestações da cultura tradicional das classes rurais e iletradas <strong>do</strong>s diferentes<br />

povos europeus" (Coelho,1985: 15). Hoje, porém, po<strong>de</strong>mos ver neste património<br />

ancestral uma forma <strong>de</strong> educação literária <strong>do</strong> bebé (Civitas/IELT: 2005) que facilita a<br />

<strong>em</strong>ergência <strong>de</strong> comportamentos <strong>de</strong> literacia, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> associada ao livro da<br />

<strong>de</strong>signada “literatura para crianças” ou, na expressão consagrada internacionalmente,<br />

“literatura infanto-juvenil” (LIJ). Na apresentação da reedição <strong>de</strong> Jogos e Rimas Infantis,<br />

<strong>de</strong> A<strong>do</strong>lfo Coelho, <strong>em</strong> 1994, Rolo sugere que “a cristalização <strong>de</strong> versões <strong>de</strong> textos da<br />

4 Men<strong>de</strong>s, M. (2002). “O que se ensina quan<strong>do</strong> se ensina português”, Diário <strong>de</strong> Notícias 15/1/1989, citada por<br />

Rodrigues. F (2002) Literatura/ Literacia ou da Inseparabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ensino da Língua e da Literatura. In H.<br />

Cida<strong>de</strong> Moura (Org), Actas <strong>do</strong> II Encontro Internacional O Desafio <strong>de</strong> Ler e Escrever, Leitura e Coesão Social (p.<br />

57). Lisboa: Civitas- Associação para Promoção <strong>do</strong>s Direitos <strong>do</strong>s Cidadãos.<br />

5 Como diz Margarida Leão, habituada a “converter à <strong>leitura</strong>” os mais hereges, não nos <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os intrometer<br />

<strong>de</strong>masia<strong>do</strong> entre o texto literário e o leitor. O próprio autor faz o trabalho <strong>de</strong> sedução.<br />

445

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!