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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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Por fim, ir<strong>em</strong>os analisar as interacções s<strong>em</strong>ânticas entre texto e imag<strong>em</strong> a partir da<br />

ocupação <strong>de</strong> ambos na mancha gráfica 14<br />

. Deste mo<strong>do</strong>, consi<strong>de</strong>ramos a mancha gráfica<br />

composta pelo texto impresso e pela ilustração. No caso <strong>do</strong>s livros para a infância, a ilustração<br />

po<strong>de</strong> aparecer como uma figura sobre um fun<strong>do</strong> ou po<strong>de</strong> constituir o próprio fun<strong>do</strong>, propon<strong>do</strong><br />

várias relações espaciais com o texto (com palavras, blocos <strong>de</strong> parágrafos e colunas <strong>de</strong> texto).<br />

A forma como texto e ilustração são dispostos na folha, produz significa<strong>do</strong>s na sua relação, ou<br />

seja, o aspecto espacial influencia o aspecto s<strong>em</strong>ântico.<br />

Os espaços <strong>em</strong> branco (livres <strong>de</strong> ilustração) dirig<strong>em</strong>, muitas vezes o lugar das palavras.<br />

Para No<strong>de</strong>lman (1988, p. 53), a relação física <strong>do</strong> texto com a imag<strong>em</strong> é frequent<strong>em</strong>ente<br />

menos significativa <strong>do</strong> que a <strong>do</strong> espaço <strong>em</strong> branco com a imag<strong>em</strong>.<br />

A relação espacial entre texto e imag<strong>em</strong> <strong>de</strong>termina os processos <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> e<br />

visualização das imagens, uma vez que algumas disposições favorec<strong>em</strong> maior integração<br />

visual. Por ex<strong>em</strong>plo, quan<strong>do</strong> texto e imag<strong>em</strong> estão visualmente integra<strong>do</strong>s ten<strong>de</strong>-se a<br />

apreendê-los <strong>de</strong> forma diferenciada daquela <strong>em</strong> que se apresentam separa<strong>do</strong>s.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, consi<strong>de</strong>ramos diferentes ocupações espaciais <strong>do</strong> texto e da imag<strong>em</strong>: a)<br />

ilustração numa área separada <strong>do</strong> texto; b) ilustração aplicada parcialmente unida ao texto; c)<br />

o texto coloca<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a relacionar-se com a forma da ilustração e, finalmente, d) o texto<br />

aplica<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro da área da ilustração.<br />

Os primeiros livros <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s à infância propunham que a ilustração fosse aplicada<br />

numa página separada da <strong>do</strong> texto. Nessa altura, era comum o texto ser <strong>em</strong> maior quantida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> que a imag<strong>em</strong>, facto que associa<strong>do</strong> a dificulda<strong>de</strong>s técnicas <strong>de</strong> impressão justificavam as<br />

aparições escassas da ilustração . No entanto, os avanços <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> impressão,<br />

nomeadamente da litografia, permitiram que, nos finais <strong>do</strong> século XIX, a rigi<strong>de</strong>z que até então<br />

se impunha pu<strong>de</strong>sse ser quebrada. Hoje <strong>em</strong> dia, esta tipologia ainda é aplicada (Fig.21) e,<br />

<strong>em</strong>bora texto e imag<strong>em</strong> se apresent<strong>em</strong> separa<strong>do</strong>s não significa que tenham exclusivamente<br />

uma relação <strong>de</strong> “narrativa paralela”, po<strong>de</strong> igualmente ser uma “narrativa inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte”.<br />

Fig. 21 - A Menina que Roubava Gargalhadas<br />

Ilustra<strong>do</strong>r: Júlio Pomar; Autor: Inês Pedrosa; Quetzal: 2002<br />

14<br />

Definimos mancha gráfica como a parte impressa <strong>de</strong> qualquer trabalho gráfico, por oposição às margens e às<br />

zonas brancas<br />

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