20.04.2013 Views

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ilustrações, na versão seleccionada <strong>de</strong> As Aventuras <strong>de</strong> Pinóquio, História <strong>de</strong> um Boneco, e<br />

editada por Cavalo <strong>de</strong> Ferro Editores (2004), já mencionada.<br />

2. Da versão completa à versão adaptada e ilustrada<br />

Na sua pesquisa sobre a “relação entre o texto e a imag<strong>em</strong> no livro infantil<br />

cont<strong>em</strong>porâneo”, no âmbito <strong>do</strong> <strong>de</strong>sign e da s<strong>em</strong>iótica, Barbara Necyk (2007) coloca o<br />

seguinte <strong>de</strong>safio, pertinente para a t<strong>em</strong>ática <strong>em</strong> apreço: “se levarmos <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a<br />

tradição <strong>de</strong> obras literárias infantis <strong>em</strong> livros s<strong>em</strong> ilustrações, observar<strong>em</strong>os que histórias<br />

po<strong>de</strong>m ser contadas, a<strong>de</strong>quadamente, s<strong>em</strong> uso <strong>de</strong> imagens. Então, por que acrescentar<br />

ilustrações ao texto <strong>de</strong> ficção? Por que ilustrar um livro infantil?” Na opinião <strong>de</strong> Necyk, as<br />

características da literatura infanto-juvenil estão mais relacionadas com as características<br />

<strong>do</strong>s <strong>de</strong>stinatários, isto é um público mais jov<strong>em</strong>.<br />

Parece-nos que vários perfis e tipos <strong>de</strong> leitor se po<strong>de</strong>m incluir no grupo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stinatários da narrativa, daí a int<strong>em</strong>poralida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste texto literário, ainda que exista a<br />

referência directa a situações que implicam o conhecimento <strong>do</strong> contexto educacional por<br />

parte <strong>do</strong> narratário, evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>, por ex<strong>em</strong>plo, no seguinte enuncia<strong>do</strong>: “E pensar que o<br />

<strong>de</strong>sgraça<strong>do</strong> <strong>do</strong> Gepeto tinha fica<strong>do</strong> <strong>em</strong> casa a tr<strong>em</strong>er <strong>de</strong> frio, <strong>em</strong> mangas <strong>de</strong> camisa, para<br />

po<strong>de</strong>r comprar a cartilha ao filho!” (Collodi 2004: 39; Negrito nosso.)<br />

Para uma explicitação, <strong>em</strong>bora sumária, das idiossincrasias <strong>do</strong> alocutário <strong>de</strong>stacamos,<br />

<strong>de</strong> seguida, várias instâncias <strong>em</strong> que o contexto escolar, e/ou <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

competências básicas inerentes, <strong>de</strong>signadamente, a <strong>leitura</strong>, a escrita e a aritmética,<br />

parec<strong>em</strong> ser já <strong>do</strong> seu conhecimento. Entre outras <strong>de</strong>staca-se a <strong>leitura</strong> partilhada, a alusão<br />

ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências relativas à primeira fase da <strong>leitura</strong> com enfoque no<br />

méto<strong>do</strong> fónico, a fase <strong>do</strong> soletrar palavras, passan<strong>do</strong> pelo conhecimento <strong>do</strong> “Compêndio <strong>de</strong><br />

Aritmética”, por ex<strong>em</strong>plo <strong>em</strong>:<br />

“Como ficou o boneco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter soletra<strong>do</strong> atabalhoadamente estas palavras, é<br />

coisa que <strong>de</strong>ixo à vossa imaginação.” (Ibi<strong>de</strong>m, p. 39; negrito nosso.)<br />

“ Era um Trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> Aritmética. Po<strong>de</strong>m imaginar como era pesa<strong>do</strong>!” (Ibi<strong>de</strong>m, p. 126;<br />

negrito nosso.)<br />

“E o boneco apanhou <strong>do</strong> chão o Trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> Aritmética enca<strong>de</strong>rna<strong>do</strong> <strong>em</strong> cartão forte<br />

e carneira (…)” (Ibi<strong>de</strong>m, p. 126; negrito nosso.)<br />

Do que vimos a expor, parece-nos, portanto, que “pequenos” não alu<strong>de</strong> simplesmente<br />

à ida<strong>de</strong>, ou segun<strong>do</strong> Piaget, à primeira infância, mas aponta, igualmente, para hábitos,<br />

interesses, e competências, entre outros, <strong>de</strong> leitores <strong>em</strong> estádios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

cognitivo e linguístico subsequentes. O locutor confi<strong>de</strong>ncia a da<strong>do</strong> momento:<br />

120

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!