de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

[«Quero Voar» em A caixa, Sérgio Godinho, Edições ASA]
Pois dá. Eu ando a
juntar um escudo por
semana para dar a
volta ao mundo de
avião.
— Um escudo por
semana? Por esse
andar nem daqui a
trezentos anos tens
dinheiro que chegue
para isso
— Tenho, tenho.
Daqui a trezentos
anos tenho …
— ?
E assim acabou a história.
Será possível que daqui a trezentos anos a menina da história
vá conseguir dar a volta ao mundo de avião?
Que outras modalidades de poupança poderão ser pensadas
para ajudá-la a fazer esta viagem?
No trabalho que estamos a realizar pretendemos escolher as histórias mais
favoráveis, evidenciando o valor do modelo matemático presente e a forma como a
história o aproveita ou desenvolve, obtendo assim indicações úteis para os professores
ou utilizadores destas histórias.
5. Mas a história não acaba aqui
Esta forma de organização tem-se revelado uma base muito produtiva para a
obtenção de boas tarefas matemáticas. Por isso, as outras componentes do trabalho,
como a realização de experiências acompanhadas e a análise das resoluções dos
alunos, estão agora a ser desenvolvidas e parece-nos que poderão vir a produzir ideias
muito interessantes.
Numa primeira apreciação, e tendo em conta os trabalhos de sala de aula que
estamos a analisar, parece-nos que a presença forte e significativa de um modelo
matemático na história ou na ilustração permite desenvolver actividades matemáticas
muito ricas para os alunos. A sua riqueza pode ser justificada pelo valioso instrumento
que estes têm revelado ser para os professores e pelo avanço produzido na
estruturação do raciocínio matemático dos alunos.
Deixamos assim a curiosidade nas surpresas que as histórias ainda nos poderão
trazer.
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