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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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Na escuridão da toca, os olhos <strong>do</strong> monstro eram re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s e brilhantes, parecia<br />

que <strong>de</strong>itavam lume. O seu focinho afila<strong>do</strong> tinha bigo<strong>de</strong>s cinzentos, compri<strong>do</strong>s e duros.<br />

Arreganhava os <strong>de</strong>ntes pequenos e afia<strong>do</strong>s e o seu aspecto era tão feroz que o pobre<br />

coelhito julgou que ia morrer <strong>de</strong> me<strong>do</strong>. Se não tivesse <strong>de</strong> estar a segurar no saco das<br />

cenouras, para manter o monstro afasta<strong>do</strong> <strong>de</strong> si, <strong>de</strong>certo já tinha fugi<strong>do</strong> a bom fugir<br />

pelos corre<strong>do</strong>res da sua toca, até sair por outro la<strong>do</strong>... (...) Muito encolhi<strong>do</strong> no fun<strong>do</strong><br />

mais fun<strong>do</strong> da sua casa, o coelhito bravo sentia-se culpa<strong>do</strong> n<strong>em</strong> ele sabia muito b<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> quê. Tinha me<strong>do</strong> <strong>de</strong> sair dali e me<strong>do</strong> <strong>de</strong> ficar ali.” (s/p).<br />

“O Sapo T<strong>em</strong> Me<strong>do</strong>”, <strong>de</strong> Max Velthuijs, é um livro que aborda o Me<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma<br />

forma espantosa e mesmo ex<strong>em</strong>plar.<br />

“O Sapo ouvia barulhos estranhos por toda a parte. Ouvia ranger no armário e<br />

restolhar por baixo <strong>do</strong> chão.” Resolve, então, pedir ajuda à pata: “- Não tenhas me<strong>do</strong> -<br />

disse a Pata. - Po<strong>de</strong>s ficar comigo. Eu não tenho me<strong>do</strong>. E aconchegaram-se os <strong>do</strong>is<br />

na cama. O Sapo agarrou-se ao corpo quentinho da Pata e o me<strong>do</strong> passou.”<br />

Os barulhos continuam a ouvir-se e pensam que a casa está assombrada; fog<strong>em</strong><br />

para o bosque corren<strong>do</strong> s<strong>em</strong> parar, chegan<strong>do</strong> a casa <strong>do</strong> porco s<strong>em</strong> fôlego:<br />

“- Por favor ajuda-nos - disse a Pata. - Estamos aterra<strong>do</strong>s. O bosque está cheio<br />

<strong>de</strong> fantasmas e monstros.<br />

O Porco riu-se e disse:<br />

- Que disparate. Vocês sab<strong>em</strong> muito b<strong>em</strong> que não exist<strong>em</strong> fantasmas e<br />

monstros”<br />

Ainda que não acreditasse, acolheu-os: “- Está b<strong>em</strong> - disse o Porco. - A minha<br />

cama chega para os três. E eu nunca tenho me<strong>do</strong>. Não acredito nessas tolices.<br />

E <strong>de</strong>itaram-se os três muito juntinhos na cama <strong>do</strong> Porco. ‘Agora estamos b<strong>em</strong>’,<br />

pensou o Sapo. ‘Assim não po<strong>de</strong> acontecer nada.’<br />

Mas não conseguiam <strong>do</strong>rmir, com to<strong>do</strong>s os barulhos estranhos e assusta<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> bosque. Desta vez o Porco também os ouvia!<br />

Mas felizmente os três amigos animavam-se uns aos outros. Gritaram que não<br />

estavam assusta<strong>do</strong>s, que não tinham me<strong>do</strong> <strong>de</strong> nada. Acabaram por a<strong>do</strong>rmecer <strong>de</strong><br />

cansaço.” (s/p).<br />

O me<strong>do</strong> que os diferentes animais experimentam aproxima-se <strong>de</strong> situações<br />

vividas pelas crianças e que to<strong>do</strong>s conhec<strong>em</strong>os. Ao longo <strong>do</strong> texto há várias tentativas<br />

<strong>de</strong> aprisionamento <strong>do</strong> me<strong>do</strong>, mas este continua <strong>em</strong> ritmo crescente. É a Lebre,<br />

preocupada com a ausência <strong>do</strong>s amigos, que vai fazer o contraponto, revelan<strong>do</strong>-lhes<br />

que a Amiza<strong>de</strong> é que lhe trouxe um Me<strong>do</strong> sério, verda<strong>de</strong>iro, traduzi<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

preocupação.<br />

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