de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

escolar de numerosos países, se mostra ineficaz para garantir o gosto pela leitura?
Como conciliar, então, a necessidade de desenvolver a consciência fonológica que
condiciona a descoberta do princípio alfabético com estratégias motivadoras para os
aprendizes?
Um dos caminhos trilhados pelo Projecto Literatura & Literacia foi o de
encorajar a memorização de textos, alertada que estava a equipa de educadoras, pela
então recente (1996) obra de Margarida Alves Martins, Pré-História da Aprendizagem
da Leitura, sobre a correlação positiva do conhecimento de rimas com a aprendizagem
da leitura. Neste projecto, a actividade de memorização, acompanhada por “objectos
evocativos dos universos textuais”, tornou-se uma das preferidas das crianças (Rolo,
1998) que, em pouco tempo, aprenderam de cor a maioria dos poemas da obra Ou Isto
ou Aquilo, de Cecília Meireles e os jogos e rimas tradicionais recolhidos por Adolfo
Coelho.
A terceira idade constitui um aliado fundamental nas políticas de leitura, não só
porque conhece o património oral, caído em desuso nas sociedades pósindustriais,
como tem disponibilidade, tanto afectiva como de tempo, para
transmitir esse património às crianças.
Com efeito, a modernização das sociedades, sob a influência massificadora
dos media e a da própria escolarização, tem feito cair em desuso este capital de
conhecimento transmitido de geração em geração, que Maria José Costa (1992)
designou “continente poético esquecido”.
O Plan Nacional de Lectura, na Argentina, e o Projecto Lire et faire lire, em
França e na Suíça, são duas práticas exemplares no aproveitamento da disponibilidade
e conhecimento da terceira idade, ao serviço da política de leitura.
A literatura, como resposta às mais fundas necessidades da condição humana,
é a porta ideal para uma aproximação à leitura carregada de sentido.
Rodrigues, assumindo o encargo de explicar a adesão das crianças ao Projecto
Literatura & Literacia, interroga: E como consegue o Projecto este efeito quase mágico?
“O meio é, na aparência, tão simples que confunde: pondo as crianças em
contacto com as palavras, as vozes, os mundos, de livros de poesia, de contos, e
outros.
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