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de Investigadores em leitura - Universidade do Minho

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não ser clara a existência <strong>de</strong> mais livros e mais ex<strong>em</strong>plares <strong>do</strong> mesmo livro <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula? Se<br />

consi<strong>de</strong>rarmos apenas a voz <strong>do</strong>s alunos, perspectiva que orientou o nosso texto, talvez o facto <strong>de</strong><br />

estes, na sua generalida<strong>de</strong>, não ter<strong>em</strong> encontra<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>s diferenças entre o que faziam nas<br />

aulas e nos perío<strong>do</strong>s <strong>do</strong> PNL nos permita levantar a hipótese <strong>de</strong> que, para um número significativo<br />

<strong>de</strong> alunos, o PNL não alterou as práticas <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> a que estavam habitua<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>, por isso,<br />

<strong>em</strong> aberto algumas das razões para que tal tenha aconteci<strong>do</strong>.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, se os alunos <strong>do</strong> 2.º ciclo parec<strong>em</strong> ter ti<strong>do</strong> a consciência <strong>de</strong> estar envolvi<strong>do</strong>s<br />

num projecto novo, questionamo-nos se tal não encontra a sua justificação também no facto <strong>de</strong>,<br />

para estes alunos, haver um espaço e um t<strong>em</strong>po curriculares, distintos da aula <strong>de</strong> Língua<br />

Portuguesa, <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s à <strong>leitura</strong>, o que nos faz questionar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, a pertinência da<br />

<strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> um t<strong>em</strong>po e um espaço próprios ritualiza<strong>do</strong>s.<br />

Da análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>stacaríamos também que os alunos gostam daquilo que faz<strong>em</strong> e<br />

apresentam atitu<strong>de</strong>s positivas para com a <strong>leitura</strong>, ten<strong>do</strong> li<strong>do</strong> mais neste ano <strong>do</strong> que no ano<br />

anterior, o que po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>ixar antever a existência <strong>de</strong> um horizonte <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>leitura</strong><br />

para estes alunos, pois esta não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser associada a ambientes <strong>de</strong> prazer e <strong>de</strong> fruição.<br />

Não <strong>de</strong>ixa, também, <strong>de</strong> ser relevante que, apesar <strong>de</strong> a biblioteca escolar aparecer como um<br />

território cada vez mais integra<strong>do</strong> nas práticas <strong>do</strong>s alunos, nomeadamente os <strong>do</strong> 2.º ciclo, e<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a frequência <strong>de</strong>ste espaço é um <strong>do</strong>s argumentos mais invoca<strong>do</strong>, pelos alunos,<br />

como uma forma <strong>de</strong> motivar um colega para gostar <strong>de</strong> ler, este não seja ainda um recurso<br />

prioritário nas dinâmicas <strong>de</strong> promoção da <strong>leitura</strong> escolar.<br />

De mo<strong>do</strong> s<strong>em</strong>elhante, é significativo que um número eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> alunos refira que a<br />

activida<strong>de</strong> que mais gostou <strong>de</strong> fazer foi ouvir ler a professora responsável pela biblioteca, o que<br />

talvez possa indiciar a valorização metonímica <strong>de</strong>ste espaço, mas também a dimensão lúdica que<br />

está associada a esta prática. Po<strong>de</strong>rá estar subjacente a esta escolha uma dimensão relacional<br />

construída entre a criança e o adulto, conta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> histórias?<br />

Saben<strong>do</strong> da importância <strong>de</strong> os professores falar<strong>em</strong> apaixonadamente sobre livros e<br />

partilhar<strong>em</strong> com os seus alunos os valores da <strong>leitura</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> como esta é uma chave <strong>de</strong><br />

transformação das suas vidas, parece que esta será uma dimensão a explorar neste contexto. Da<br />

análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>em</strong>erge claramente o papel <strong>do</strong> professor como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>leitura</strong>, ainda que<br />

valorizada apenas a sua dimensão <strong>de</strong> leitor <strong>em</strong> voz alta. Assim, e consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o que diz<strong>em</strong> os<br />

alunos sobre o que faz<strong>em</strong> com os livros, talvez importe pensar não só a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articular<br />

outros media<strong>do</strong>res significativos, na linha <strong>de</strong> um entendimento <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> como prática sóciocultural<br />

e como activida<strong>de</strong> cognitiva e afectiva, como redimensionar o papel <strong>do</strong> professor,<br />

nomeadamente o <strong>de</strong> um professor leitor que fale <strong>do</strong>s livros que lê e gosta <strong>de</strong> ler e motive para ler.<br />

Interrogamo-nos, também, sobre se os alunos ao ler<strong>em</strong> quase exclusivamente um género <strong>de</strong><br />

texto, o narrativo, - sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> facto mínima a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> títulos escolhi<strong>do</strong>s como os mais<br />

entusiasmantes - e ao seleccionar<strong>em</strong> formas tradicionais <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> da compreensão<br />

leitora, tidas como gera<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> prazer, - e estan<strong>do</strong> a dimensão da escrita reduzida a uma<br />

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