11.10.2013 Views

boletim do conselho de contribuintes do estado de minas gerais

boletim do conselho de contribuintes do estado de minas gerais

boletim do conselho de contribuintes do estado de minas gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

geran<strong>do</strong> um retorno <strong>de</strong> “Y” m 3 <strong>do</strong> produto, equivalente à carga máxima (2Y m 3 ),<br />

subtraída da quantia vendida (Y m 3 ).<br />

Ora, essa explicação nada mais é <strong>do</strong> que uma confissão <strong>de</strong> que a<br />

empresa dava saída a “Y” m 3 <strong>de</strong> gás sem a emissão da <strong>do</strong>cumentação fiscal<br />

correspon<strong>de</strong>nte, pois o caminhão era carrega<strong>do</strong>, no exemplo cita<strong>do</strong>, com o <strong>do</strong>bro<br />

da carga que constava no manifesto emiti<strong>do</strong>.<br />

Portanto, ao contrário <strong>do</strong> alega<strong>do</strong> pela Impugnante, o feito fiscal<br />

encontra respal<strong>do</strong> no art. 110, da CLTA/MG, uma vez que não foram<br />

apresenta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos fiscais que pu<strong>de</strong>ssem elidir a acusação fiscal.<br />

Art. 110 - Quan<strong>do</strong> nos autos estiver comprova<strong>do</strong><br />

procedimento <strong>do</strong> contribuinte que induza à<br />

conclusão <strong>de</strong> que houve saída <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>ria ou<br />

prestação <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong>sacobertada <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>cumento fiscal, e o contrário não resultar <strong>do</strong><br />

conjunto das provas, será essa irregularida<strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rada como provada.<br />

As saídas <strong>de</strong>sacobertadas somente seriam <strong>de</strong>scaracterizadas se<br />

apresentadas as notas fiscais <strong>de</strong> entrada das merca<strong>do</strong>rias, ou seja, somente se<br />

comprova<strong>do</strong> o efetivo retorno das merca<strong>do</strong>rias objeto da autuação ao<br />

estabelecimento <strong>do</strong> Sujeito Passivo.<br />

Caracterizada a infração, afiguram-se legítimas as exigências fiscais,<br />

constituídas pelo ICMS relativo às operações, acresci<strong>do</strong> das Multas <strong>de</strong><br />

Revalidação e Isolada, esta última prevista no art. 55, II, “a”, da Lei 6763/75.<br />

Por fim, ao contrário <strong>do</strong> alega<strong>do</strong> pela Impugnante, a penalida<strong>de</strong><br />

aplicada pelo Fisco foi corretamente capitulada, uma vez que a tipificação contida<br />

no art. 55, II, “a”, da Lei 6763/75, coaduna-se perfeitamente com o ilícito fiscal em<br />

apreço.<br />

As questões <strong>de</strong> cunho constitucional levantadas pela Impugnante<br />

(princípios da capacida<strong>de</strong> contributiva, da razoabilida<strong>de</strong>, da proporcionalida<strong>de</strong>, da<br />

vedação ao confisco, etc.) não serão aqui analisadas, uma vez que não compete a<br />

este órgão julga<strong>do</strong>r, nos termos <strong>do</strong> art. 110, I, <strong>do</strong> RPTA/MG, “a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong><br />

inconstitucionalida<strong>de</strong> ou negativa <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> lei, <strong>de</strong>creto ou ato normativo”.<br />

Ressalte-se, no entanto, que as penalida<strong>de</strong>s aplicadas aten<strong>de</strong>m ao<br />

princípio da reserva legal, uma vez que expressamente previstas na Lei 6763/75,<br />

o mesmo acontecen<strong>do</strong> com a TAXA SELIC, cuja exigência está respaldada nos<br />

artigos 127 e 226, <strong>do</strong> mesmo diploma legal, c/c Resolução 2.880/97.<br />

Dessa forma, estan<strong>do</strong> presentes no Auto <strong>de</strong> Infração to<strong>do</strong>s os<br />

requisitos e pressupostos necessários e como a Impugnante não trouxe nenhum<br />

argumento ou fato que acarretasse sua modificação ou anulação, conclui-se pela<br />

correção das exigências fiscais.<br />

Diante <strong>do</strong> exposto, ACORDA a 3ª Câmara <strong>de</strong> Julgamento <strong>do</strong> CC/MG,<br />

à unanimida<strong>de</strong>, em julgar proce<strong>de</strong>nte o lançamento. Pela Impugnante, sustentou<br />

oralmente o Dr. Leonar<strong>do</strong> Fabrício Gomes da Silva e, pela Fazenda Pública<br />

Estadual, o Dr. Célio Lopes Kalume. Participaram <strong>do</strong> julgamento, além <strong>do</strong><br />

306

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!