13.04.2013 Views

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

12. CRIME PROVOCADO<br />

COMPÊNDIO DE DIREITO PENAL • <strong>Rodrigo</strong> <strong>Larizzatti</strong><br />

Como ensina Mirabete: “Fala-se em crime provocado quando o agente é induzido<br />

à prática <strong>de</strong> um crime por terceiro, muitas vezes policial, para que se efetue a prisão em<br />

flagrante” (MIRABETE, 1997, p. 163). É o que Damásio Evangelista <strong>de</strong> Jesus <strong>de</strong>nomina<br />

como crime <strong>de</strong> ensaio.<br />

No Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral a súmula n. 145 95 bem <strong>de</strong>fine o conceito do <strong>de</strong>lito<br />

provocado. Assim, havendo flagrante por ter sido o agente induzido pela polícia a praticar<br />

a infração, configurar-se-á o crime impossível.<br />

Nesse aspecto, conforme a jurisprudência:<br />

“A hipótese <strong>de</strong> que trata o verbete 145 da Súmula pressupõe a pro-<br />

vocação ou o induzimento <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, seja esse fato concretizado por<br />

ela <strong>de</strong> maneira direta, quer se concretize mediante o seu concurso. A pro-<br />

vocação ou o induzimento é necessário à configuração do crime putativo<br />

no caso. Não se po<strong>de</strong> confundir o agente provocador com o funcionário<br />

policial que, informado previamente acerca <strong>de</strong> crime que alguém está<br />

praticando ou vai consumar, diligencie para prendê-lo em flagrante, pois<br />

em tal hipótese a intervenção da autorida<strong>de</strong> não provocou, não induziu o<br />

autor do fato criminoso a cometê-lo” (STF – RTJ 82/140).<br />

13. O ERRO NO DIREITO PENAL BRASILEIRO<br />

13.1. Conceito<br />

Ao estudarmos dolo, verificamos que ele <strong>de</strong>ve estar presente em todos os elementos<br />

integrantes do tipo <strong>penal</strong>, ou seja, o agente <strong>de</strong>ve ter a consciência e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

praticar a conduta <strong>de</strong>scrita na norma, abrangendo todas as circunstâncias <strong>de</strong>finidas no<br />

comando normativo. Assim, estará o dolo excluído se o sujeito ativo <strong>de</strong>sconhecer ou se<br />

enganar a respeito <strong>de</strong> qualquer componente contido na <strong>de</strong>scrição legal.<br />

O exemplo clássico do erro <strong>de</strong> tipo é o caso <strong>de</strong> um caçador que, no meio da mata e durante<br />

a noite, aponta sua arma para uma silhueta escura e efetua disparos, acreditando estar<br />

atingindo um animal que estava prestes a atacá-lo, mas na verda<strong>de</strong> acerta um outro caçador<br />

que ali se encontrava, levando-o à morte. Não se po<strong>de</strong>rá falar no crime <strong>de</strong> homicídio doloso,<br />

pois o caçador não sabe que está matando “alguém”, supondo ele estar alvejando “algo”.<br />

Este erro exclui totalmente o dolo da conduta, pois se o agente tivesse a verda<strong>de</strong>ira<br />

impressão da realida<strong>de</strong>, não <strong>de</strong>sejaria praticar a ação – se o caçador soubesse se<br />

tratar <strong>de</strong> “alguém”, não efetuaria os disparos.<br />

O erro é, assim, a falsa noção da realida<strong>de</strong>, não se equiparando à ignorância, o total<br />

<strong>de</strong>sconhecimento acerca <strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong>.<br />

95 STF – Súmula n. 145 – Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a consumação do <strong>de</strong>lito.<br />

108

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!