13.04.2013 Views

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

COMPÊNDIO DE DIREITO PENAL • <strong>Rodrigo</strong> <strong>Larizzatti</strong><br />

II. HOMICÍDIO QUALIFICADO – art. 121 § 2º<br />

Motivo torpe ou fútil – incisos I e II<br />

• “Homicídio qualificado: a comissão do homicídio mediante paga, sendo<br />

elementar do tipo qualificado, é circunstância que não atinge exclusivamente<br />

o accipiens, mas também o solvens ou qualquer outro coautor: prece<strong>de</strong>ntes”<br />

(STF – RT 722/578). No mesmo sentido, “a qualificadora do motivo torpe,<br />

quando reconhecida pelos jurados, no <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> homicídio, consistente na<br />

paga para a sua realização, comunica-se tanto a quem paga quanto a quem<br />

recebe” (TJSP – RT 811/612).<br />

• “Qualifica o <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> homicídio pela torpeza o fato <strong>de</strong> o acusado admitir<br />

que o impulso que o dominava para o cometimento do crime era o <strong>de</strong> sentir<br />

prazer ao matar uma pessoa sedutora” (TJSP – RT 789/602).<br />

• “Caracteriza-se a qualificadora do motivo torpe quando o ciúme extravasa<br />

a normalida<strong>de</strong> a ponto <strong>de</strong> se tornar repugnável à consciência média, por ser<br />

propulsionador <strong>de</strong> vingança ante a recusa da ex-mulher em reconciliar-se”<br />

(TJMT – RT 753/664).<br />

• “Matar alguém porque a vítima teria feito fofocas relativas à vida amorosa do<br />

acusado com namorada <strong>de</strong> um seu amigo íntimo, po<strong>de</strong> caracterizar motivo<br />

fútil, mas não é vil, ignóbil, sórdido, repulsivo, <strong>de</strong> modo a caracterizar<br />

torpeza” (TJRS – RJTJERGS 204/100).<br />

• “No homicídio qualificado pelo motivo fútil ou torpe não se exige dos agentes<br />

a plena consciência da motivação do crime. Essa valoração não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

réu, uma vez que ocorre objetivamente segundo os padrões éticos dominantes<br />

no meio e no lugar on<strong>de</strong> o fato ocorreu” (TJSP – RT 822/485).<br />

• “Motivo fútil é tão somente o motivo insignificante, <strong>de</strong>sarrazoado, <strong>de</strong>spropositado,<br />

ínfimo, mínimo e tão <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> razão que <strong>de</strong>ixa, por assim dizer,<br />

o crime cometido vazio <strong>de</strong> motivação, e não se confun<strong>de</strong> com motivo injusto”<br />

(TJRS – RT 563/371).<br />

Meios insidiosos ou cruéis – inciso III<br />

• “Somente é admitido o reconhecimento da qualificadora da utilização <strong>de</strong><br />

meio cruel para a consumação <strong>de</strong> homicídio, quando o agente efetua o ato<br />

com evi<strong>de</strong>nte intuito <strong>de</strong> malda<strong>de</strong>, ou seja, querendo impor à vítima um<br />

sofrimento <strong>de</strong>snecessário e não pela multiplicida<strong>de</strong> dos atos executórios utilizados<br />

para a prática do crime” (TJSP – RT 768/559). No mesmo sentido,<br />

“são consi<strong>de</strong>rados meios cruéis para fins <strong>de</strong> qualificar o homicídio aqueles<br />

que aumentam inutilmente o sofrimento da vítima ou revelam brutalida<strong>de</strong><br />

fora do comum, contrastando com o mais elementar sentimento <strong>de</strong> pieda<strong>de</strong>.<br />

Assim, age com cruelda<strong>de</strong> o agente que revela com sua conduta, particularmente<br />

dolorífica, absoluta ausência <strong>de</strong> sentimento humanitário” (TJSP – RT<br />

822/485 e RJTJESP 23/428).<br />

• “A cruelda<strong>de</strong> só é admitida quando partida <strong>de</strong> um ânimo calmo que permita<br />

a escolha dos meios capazes <strong>de</strong> infligir o maior pa<strong>de</strong>cimento <strong>de</strong>sejado à<br />

vítima” (TJRS – RJTJERGS 153/86).<br />

293

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!