13.04.2013 Views

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

COMPÊNDIO DE DIREITO PENAL • <strong>Rodrigo</strong> <strong>Larizzatti</strong><br />

Por sua vez, a tipicida<strong>de</strong> indireta, ou mediata é verificada por meio das <strong>de</strong>nominadas<br />

normas <strong>de</strong> extensão, on<strong>de</strong> a conduta concreta não encontra prima facie qualquer a<strong>de</strong>quação<br />

típica, a<strong>de</strong>rindo a uma figura criminosa através <strong>de</strong> outro dispositivo, em combinação.<br />

É o caso da tentativa e da participação em concurso <strong>de</strong> pessoas. Em havendo um<br />

crime tentado, o comportamento verificado concretamente não encontra a<strong>de</strong>quação<br />

imediata, eis que inexistente a figura do conatus na Parte Especial do CPB. Entretanto,<br />

o art. 14, inciso II da Parte Geral do estatuto, prevê a possibilida<strong>de</strong> do crime tentado,<br />

<strong>de</strong>vendo assim ser utilizado em combinação com o dispositivo <strong>penal</strong> violado. Neste<br />

diapasão, um crime <strong>de</strong> tentativa <strong>de</strong> homicídio ficaria assim tipificado: art. 121 c/c art. 14,<br />

II do CPB. Nota-se que não tendo havido o resultado morte, a conduta criminosa não<br />

se encaixa diretamente no art. 121, que exige o óbito para se consumar, para o que será<br />

necessária a adoção da referida norma <strong>de</strong> extensão.<br />

O mesmo ocorre em caso <strong>de</strong> participação em crime, on<strong>de</strong> o colaborador não comete<br />

o comportamento previsto diretamente no tipo, mas ativida<strong>de</strong> paralela, acessória que<br />

auxilia <strong>de</strong> alguma forma a prática do <strong>de</strong>lito. Um partícipe <strong>de</strong> homicídio, que por ventura<br />

tenha emprestado a arma para que o autor executasse a vítima, terá seu comportamento<br />

assim tipificado: art. 121 c/c art. 29 caput do CPB.<br />

2.4.4. Tipicida<strong>de</strong> básica e <strong>de</strong>rivada<br />

O tipo básico é a figura fundamental do crime, o mínimo exigido para que esteja<br />

configurada a prática infracional. A partir <strong>de</strong>sta forma simples surgem os chamados<br />

tipos <strong>de</strong>rivados, vinculados a <strong>de</strong>terminadas circunstâncias que po<strong>de</strong>m agravar ou minorar<br />

as consequências jurídico-penais.<br />

O homicídio simples, tipo básico fundamental, é aquele previsto no art. 121 caput.<br />

Acrescida a esta figura, po<strong>de</strong>mos ter circunstâncias qualificadoras, como o motivo torpe,<br />

a emboscada, o meio cruel etc., bem como privilegiadoras, como o relevante valor moral<br />

ou social, e o domínio <strong>de</strong> violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima.<br />

2.4.5. Tipicida<strong>de</strong> congruente e incongruente<br />

Os tipos congruentes são aqueles em que o elemento subjetivo que move a conduta<br />

do agente se correspon<strong>de</strong> estritamente com a execução do <strong>de</strong>lito, o que se verifica nos<br />

crimes dolosos, mormente <strong>de</strong> homicídio e lesões corporais leves.<br />

Por outro lado, os tipos incongruentes são aqueles em que não se verifica esta<br />

correspondência, on<strong>de</strong> o sujeito atinge bem jurídico diverso daquele pretendido, como<br />

ocorre no crime <strong>de</strong> extorsão mediante sequestro (o agente preten<strong>de</strong> alcançar o patrimônio<br />

alheio, mas para isso viola a liberda<strong>de</strong>, que em nada correspon<strong>de</strong> ao elemento<br />

subjetivo norteador do comportamento ilícito).<br />

2.4.6. Teoria dos elementos negativos do tipo<br />

A teoria dos elementos negativos do tipo prega que o tipo <strong>penal</strong> é a própria essência<br />

da antijuridicida<strong>de</strong>, motivo pelo qual um comportamento lícito sequer po<strong>de</strong>ria ser<br />

consi<strong>de</strong>rado típico, não havendo dois momentos <strong>de</strong> análise, um primeiro <strong>de</strong> tipicida<strong>de</strong><br />

e outro, <strong>de</strong> antijuridicida<strong>de</strong>.<br />

84

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!