13.04.2013 Views

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

COMPÊNDIO DE DIREITO PENAL • <strong>Rodrigo</strong> <strong>Larizzatti</strong><br />

apenas um tiro, o sujeito não po<strong>de</strong>rá efetuar mais disparos, o que, se ocorrer,<br />

dará ensejo à responsabilida<strong>de</strong> <strong>penal</strong> pelo excesso, quer doloso, quer culposo.<br />

Nesse diapasão, “transborda os limites da legítima <strong>de</strong>fesa própria quem,<br />

<strong>de</strong>rribado o adversário com um primeiro disparo, torna a feri-lo com novos<br />

tiros” (TACRSP – JTACRIM 59/171).<br />

d. O elemento subjetivo – Para estar amparado pela exculpante da legítima<br />

<strong>de</strong>fesa, o sujeito <strong>de</strong>ve ter a consciência <strong>de</strong> que está sendo agredido injustamente<br />

e mais, <strong>de</strong>verá, ainda, ter em mente apenas o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se,<br />

não po<strong>de</strong>ndo utilizar a exclu<strong>de</strong>nte para agredir. Assim:<br />

“A legítima <strong>de</strong>fesa somente justifica as ações <strong>de</strong>fensivas necessárias<br />

para afastar uma agressão antijurídica <strong>de</strong> forma menos lesiva possível<br />

para o agressor. A necessarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> acordo<br />

com as circunstâncias fáticas em que a ação e reação se <strong>de</strong>senvolvem. O<br />

animus <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndi é elemento estrutural do conceito <strong>de</strong> legítima <strong>de</strong>fesa.<br />

Por isso, não o apresenta quem, irrogando-se uma falsa representação,<br />

mata outrem a tiros <strong>de</strong> revólver, pelas costas” (TJBA – RT 594/385).<br />

O <strong>Direito</strong> Brasileiro não exige que o sujeito evite a agressão a que esteja prestes<br />

a sofrer. Ao agente não é exigida a fuga, quando esta se mostrar <strong>de</strong>sonrosa. Tem ele o<br />

direito <strong>de</strong> exercitar sua <strong>de</strong>fesa quando for atacado injustamente.<br />

2.2.2. Excesso na justificante<br />

Po<strong>de</strong>rá o agente, ao repelir a agressão, atuar com excesso, quando utilizar imo<strong>de</strong>radamente<br />

dos meios necessários à reação. Nesse caso, será ele responsabilizado pelo<br />

evento, causado <strong>de</strong> forma dolosa ou culposa.<br />

O agressor po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se do excesso do agredido, atuando legitimamente,<br />

dando ocorrência à <strong>de</strong>nominada legítima <strong>de</strong>fesa sucessiva.<br />

Todavia, o excesso po<strong>de</strong>rá ser exculpante, ao qual não se imporá qualquer sanção.<br />

É a situação em que o agredido exagera nos meios <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa por conta <strong>de</strong> um estado<br />

emocional. Conforme os ensinamentos <strong>de</strong> Alberto Silva Franco: “Não se cuida <strong>de</strong> um<br />

excesso culposo porque, neste, o excesso <strong>de</strong>riva da falta do <strong>de</strong>ver objetivo <strong>de</strong> cuidado<br />

enquanto que, naquele, há um excesso resultante <strong>de</strong> medo, surpresa ou perturbação <strong>de</strong><br />

ânimo” (SILVA FRANCO, 1997, p. 348).<br />

O excesso exculpante é tratado pela doutrina e pela jurisprudência como causa<br />

supralegal <strong>de</strong> exclusão da culpabilida<strong>de</strong>, eis que, no caso concreto, não po<strong>de</strong> ser exigida<br />

do sujeito outra conduta que não aquela tomada por ele.<br />

2.2.3. Legítima <strong>de</strong>fesa recíproca<br />

Não se po<strong>de</strong> falar em legítima <strong>de</strong>fesa recíproca, uma vez que a legítima <strong>de</strong>fesa<br />

pressupõe uma agressão injusta, ou seja, um dos contentores sempre estará agindo ilicitamente.<br />

115

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!