13.04.2013 Views

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

COMPÊNDIO DE DIREITO PENAL • <strong>Rodrigo</strong> <strong>Larizzatti</strong><br />

<strong>de</strong>lito do art. 297 do Código Penal. Porém, se o expediente utilizado pelo agente<br />

serviu para a obtenção <strong>de</strong> vantagem in<strong>de</strong>vida, em prejuízo <strong>de</strong> outrem, patenteiase<br />

o estelionato” (TJSP – RT 509/356). Cabe frisar que conforme a Súmula n.<br />

17 – STJ: “Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialida<strong>de</strong><br />

lesiva, é por este absorvido”. Todavia, “falsificado o documento com a intenção<br />

<strong>de</strong> imitar o verda<strong>de</strong>iro, e se a falsificação, ainda que não perfeita, for capaz <strong>de</strong><br />

enganar o homem médio, não se po<strong>de</strong> tê-la como grosseira” (TJSP – RT 727/458).<br />

• “Sendo a alteração <strong>de</strong> documento público verda<strong>de</strong>iro uma das duas condutas<br />

típicas do crime <strong>de</strong> falsificação <strong>de</strong> documento público, a substituição <strong>de</strong><br />

fotografia em documento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa natureza caracteriza alteração<br />

<strong>de</strong>le, que não se cinge apenas ao seu teor escrito, mas que alcança essa modalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> modificação que, indiscutivelmente, componente a materialida<strong>de</strong> e a<br />

individualização <strong>de</strong>sse documento verda<strong>de</strong>iro, até porque a fotografia constitui<br />

parte juridicamente relevante <strong>de</strong>le” (STF – HC 75.690-5 DJU <strong>de</strong> 3.4.98, p. 4).<br />

• “Para a caracterização do <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> falsificação do documento público basta<br />

a sua adulteração, pouco importando o prejuízo real ou potencial, pois o bem<br />

lesado é a fé pública. Assim, para que se tipifique não é necessária a existência<br />

<strong>de</strong> prejuízo efetivo, bastando o simples perigo <strong>de</strong> dano” (TJSP – RT 558/311).<br />

• “Se a imputação concerne ao falso material, com os documentos tidos como<br />

falsificados estando encartados nos autos, impõe-se o exame <strong>de</strong> corpo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>lito, no termos do art. 158 do CPP” (STJ – RSTJ 32/277).<br />

• “O tipo do art. 297 do Código Penal exige apenas a editio falsi, sendo prescindível<br />

a posterior utilização do falso, que consiste em mero exaurimento” (STJ<br />

– JSTJ 62/500). Nesse sentido, “quem falsifica objetiva, claramente, fazer uso<br />

do documento. Se, realmente, o faz o próprio falsificador, <strong>de</strong>ve ser punido pelo<br />

crime-fim (art. 304) e não pelo <strong>de</strong>lito-meio (art. 297)” (TJSP – RT 504/328).<br />

Há que se consi<strong>de</strong>rar a classificação dos documentos, em públicos e particulares, para<br />

a tipificação do <strong>de</strong>lito, pois o caso concreto po<strong>de</strong>rá subsumir-se ao art. 297 ou ao art. 298,<br />

com diferença nas <strong>penal</strong>ida<strong>de</strong>s impostas. Conforme os ensinamentos <strong>de</strong> Sylvio do Amaral:<br />

“A natureza do documento público advém da sua origem oficial,<br />

do fato <strong>de</strong> ter sido expedido no exercício <strong>de</strong> função pública, e não da<br />

categoria do seu autor. Seja esta qual for, o documento será <strong>de</strong> caráter<br />

particular sempre que não se enquadre <strong>de</strong>ntre o que o funcionário tem<br />

por função emitir, <strong>de</strong> acordo com a lei ou o regulamento que <strong>de</strong>fine<br />

suas atribuições oficiais” (AMARAL, 2000, p. 11).<br />

Também <strong>de</strong>finidos na lei se encontram os <strong>de</strong>nominados documentos públicos por<br />

equiparação, sendo aqueles previstos no § 2º do art. 297. Ainda seguindo a doutrina <strong>de</strong><br />

Sylvio do Amaral, “são certos documentos particulares que possuem excepcional relevância<br />

na vida dos indivíduos e da coletivida<strong>de</strong>, justificando-se, por isso, maior rigor da<br />

lei na repressão <strong>de</strong> sua falsificação” (AMARAL, 2000, p. 23).<br />

II. FALSIDADE IDEOLÓGICA – art. 299<br />

• “A falsida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ológica concerne ao conteúdo e não à forma. Quando esta é alterada,<br />

forjada ou criada, a falsida<strong>de</strong> a se i<strong>de</strong>ntificar é a material” (TJSP – RT 580/322).<br />

354

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!