13.04.2013 Views

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1. INTRODUÇÃO<br />

CAPÍTULO I<br />

A TEORIA GERAL DA PENA<br />

“A pena é uma sanção aflitiva imposta pelo Estado, por meio da ação <strong>penal</strong>, ao<br />

autor <strong>de</strong> uma infração, como retribuição <strong>de</strong> seu ato ilícito, consistente na diminuição<br />

<strong>de</strong> um bem jurídico e cujo fim é evitar novos <strong>de</strong>litos” (SOLLER, 1970, p. 342). Essa é a<br />

<strong>de</strong>finição dada por Sebastian Soller, abalizado <strong>penal</strong>ista argentino, a qual nos parece a<br />

mais acertada <strong>de</strong>ntre as existentes.<br />

Neste conceito, encontramos a finalida<strong>de</strong> da sanção <strong>penal</strong>, que assume um aspecto<br />

dúbio, pois, ao mesmo tempo em que almeja a retribuição pela prática <strong>de</strong> um <strong>de</strong>lito,<br />

aspira a sua prevenção, que po<strong>de</strong> se operar <strong>de</strong> forma geral, quando serve para advertir<br />

aqueles que sejam propensos à prática <strong>de</strong> fatos criminosos; ou <strong>de</strong> forma especial, quando<br />

visa reeducar e reintegrar à socieda<strong>de</strong> o criminoso no caso concreto.<br />

Conforme os ensinamentos do mestre Francesco Carrara, “a obrigação da reparação<br />

civil se cumpre com o in<strong>de</strong>nizar a parte lesada; a da reparação social, com o sofrer<br />

a pena, que é a in<strong>de</strong>nização à socieda<strong>de</strong> ofendida pelo sobressalto a ela causado pelo<br />

<strong>de</strong>lito” (CARRARA, 2002, p. 370).<br />

As principais características da pena são a legalida<strong>de</strong>, sendo que a sanção <strong>de</strong>verá<br />

estar previamente prevista em uma lei para que possa ser imposta ao criminoso; a personalida<strong>de</strong>,<br />

pois só po<strong>de</strong> ser infligida ao <strong>de</strong>linquente em pessoa, não po<strong>de</strong>ndo ser estendida<br />

a terceiros; a proporcionalida<strong>de</strong>, segundo a qual a pena <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r ao mal<br />

causado pelo crime praticado; e a in<strong>de</strong>rrogabilida<strong>de</strong>, que obriga a aplicação da sanção<br />

<strong>penal</strong> quando da prática <strong>de</strong> um fato <strong>de</strong>lituoso, sendo que esta última característica sofre<br />

uma mitigação com os institutos da suspensão condicional da pena e do livramento<br />

condicional, que serão estudados mais adiante.<br />

2. ESPÉCIES DE PENA<br />

Título<br />

A PENA<br />

Antes da reforma da Parte Geral do Código Penal Brasileiro, que se operou no<br />

ano <strong>de</strong> 1984, as penas eram classificadas em principais, que efetivamente puniam o<br />

infrator da lei, sendo estas a reclusão, a <strong>de</strong>tenção e a multa; e acessórias, que apenas<br />

acompanhavam as principais, como a perda <strong>de</strong> função pública, a interdição <strong>de</strong> direitos<br />

e a publicação da sentença.<br />

235<br />

IV

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!