13.04.2013 Views

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

COMPÊNDIO DE DIREITO PENAL • <strong>Rodrigo</strong> <strong>Larizzatti</strong><br />

cola gozar <strong>de</strong> isenção da pena se comprovado seu <strong>de</strong>senvolvimento mental falho e, por<br />

consequência, pela possível existência <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> psíquica na compreensão do que<br />

seja ou não ato ilícito” (TJPR – RT 621/339). Por outro lado, “se o índio já é aculturado<br />

e tem <strong>de</strong>senvolvimento mental que lhe permite compreen<strong>de</strong>r a ilicitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus atos, é<br />

plenamente imputável” (STF – RT 614/393).<br />

No tocante aos surdos-mudos:<br />

“Máxime se tratar <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito congênito ou adquirido nos primeiros<br />

anos <strong>de</strong> vida, representa um déficit intelectual consi<strong>de</strong>rável, po<strong>de</strong>ndo<br />

– em certos casos – acarretar a inimputabilida<strong>de</strong> ao indivíduo ou<br />

<strong>de</strong>terminar a redução <strong>de</strong> sua responsabilida<strong>de</strong> criminal. Necessida<strong>de</strong>,<br />

portanto, <strong>de</strong> se realizar o exame <strong>de</strong> insanida<strong>de</strong> mental” (TACRSP –<br />

CPIJ, 5ª ed, p. 306).<br />

Já o <strong>de</strong>senvolvimento mental retardado é encontrado nas pessoas portadoras <strong>de</strong><br />

oligofrenias, como a <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> mental, a imbecilida<strong>de</strong> e a idiotia.<br />

No entanto, não basta que o agente apresente uma <strong>de</strong>stas disfunções mentais para<br />

que seja consi<strong>de</strong>rado inimputável, é necessário também que, ao tempo da conduta, seja<br />

ele inteiramente incapaz <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o caráter ilícito do fato ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar-se <strong>de</strong><br />

acordo com esse entendimento. Assim, mesmo sendo portador <strong>de</strong> uma doença mental<br />

ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mental incompleto ou retardado, se o agente tem a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a ilicitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua conduta e <strong>de</strong> se auto<strong>de</strong>terminar, será ele responsabilizado<br />

pelo resultado lesivo, sendo-lhe aplicada a <strong>de</strong>vida sanção <strong>penal</strong>.<br />

A prova da inimputabilida<strong>de</strong>, ensejadora da não aplicação da pena, <strong>de</strong>verá ser feita<br />

mediante a competente perícia médica, com o respectivo laudo pericial.<br />

Seguindo o melhor entendimento:<br />

“O art. 149 do C. Pr. Pen. Expressa que, em havendo qualquer<br />

dúvida sobre a integrida<strong>de</strong> mental do acusado, será este submetido a<br />

exame pericial. Trata-se do meio legal <strong>de</strong> prova, que não po<strong>de</strong> ser substituído<br />

nem mesmo pela inspeção pessoal do juiz, que, sobre a saú<strong>de</strong><br />

psíquica do réu, só po<strong>de</strong>rá formular juízo em laudo psiquiátrico produzido<br />

por médicos especialistas” (STF – RTJ 63/70).<br />

Uma vez excluída a culpabilida<strong>de</strong> pela inimputabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> doença<br />

mental ou <strong>de</strong>senvolvimento mental incompleto ou retardado, o juiz <strong>de</strong>verá absolver o<br />

réu, impondo-lhe uma medida <strong>de</strong> segurança. Porém, se a absolvição tiver como fundamento<br />

a atipicida<strong>de</strong> da conduta ou a inexistência <strong>de</strong> antijuridicida<strong>de</strong>, mesmo sendo o<br />

réu inimputável, não se lhe po<strong>de</strong>rá aplicar sequer medida <strong>de</strong> segurança.<br />

O parágrafo único do já citado art. 26 104 dispõe, ainda, acerca da chamada culpabilida<strong>de</strong><br />

diminuída, ou semi-imputabilida<strong>de</strong>, segundo a qual mesmo em sendo o agente imputável<br />

por ter alguma consciência acerca da ilicitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua conduta, a ele será aplicada<br />

uma sanção menor, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas condições pessoais. Comprovada a redução da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entendimento e <strong>de</strong> auto<strong>de</strong>terminação, a culpabilida<strong>de</strong> é sempre menor e o<br />

juiz <strong>de</strong>verá atenuar a sanção e justificar o seu grau entre os limites estabelecidos.<br />

104 CPB – Art. 26. (...) Parágrafo único. A pena po<strong>de</strong> ser reduzida <strong>de</strong> um a dois terços, se o agente, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> perturbação <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> mental ou por <strong>de</strong>senvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente capaz <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o caráter ilícito<br />

do fato ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar-se <strong>de</strong> acordo com esse entendimento.<br />

186

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!