13.04.2013 Views

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2.5. Consentimento do ofendido<br />

COMPÊNDIO DE DIREITO PENAL • <strong>Rodrigo</strong> <strong>Larizzatti</strong><br />

Po<strong>de</strong>rá ocorrer que, na prática <strong>de</strong> um fato típico, o ofendido consinta na eclosão do<br />

resultado danoso, sendo que esse consentimento produzirá efeitos distintos, conforme<br />

seja a categoria do bem jurídico atingido pela conduta lesiva.<br />

Se o bem atingido for <strong>de</strong> natureza indisponível, o consentimento em nada afastará<br />

a responsabilida<strong>de</strong> criminal pelo resultado. Os bens indisponíveis são aqueles cuja<br />

conservação é <strong>de</strong> interesse coletivo, cabendo ao Estado tutelá-los (direito à vida, à integrida<strong>de</strong><br />

corporal).<br />

Agora, se o bem alcançado pela conduta lesiva for <strong>de</strong> natureza disponível, o consentimento<br />

<strong>de</strong> seu titular na eclosão do evento lesivo retirará da esfera <strong>penal</strong> a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> punição ao sujeito ativo do <strong>de</strong>lito. Os bens disponíveis são os que possuem<br />

interesse exclusivo <strong>de</strong> quem os titulariza (direito <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>). No entanto, para que<br />

este consentimento produza os efeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sclassificar a conduta como criminosa, <strong>de</strong>ve<br />

ele ser oferecido por pessoa capaz.<br />

2.6. O excesso nas causas justificantes<br />

Para que o autor <strong>de</strong> um fato típico seja amparado por qualquer das justificadoras<br />

exclu<strong>de</strong>ntes da antijuridicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve ele atuar <strong>de</strong> acordo com os limites que a norma<br />

permissiva impõe, caso contrário, haverá o excesso ensejador da aplicação da sanção<br />

legal cominada ao fato.<br />

O excesso po<strong>de</strong> ser doloso, quando, após iniciar sua conduta <strong>de</strong> acordo com a permissão<br />

legal, o agente ultrapassa seus limites, almejando a obtenção <strong>de</strong> um resultado<br />

ilícito não autorizado pela norma (ao ser agredido injustamente por um <strong>de</strong>safeto, <strong>de</strong>terminado<br />

indivíduo aproveita a oportunida<strong>de</strong> para matar friamente seu opositor). Há,<br />

portanto, o caráter volitivo quando do excesso.<br />

O excesso também po<strong>de</strong>rá ser culposo, quando o sujeito, apesar <strong>de</strong> preten<strong>de</strong>r um<br />

resultado jurídico, autorizado pela lei, dá causa a outro, <strong>de</strong>snecessário e excessivo, por<br />

ter atuado com <strong>de</strong>satenção, com precipitação. Falta, por conseguinte, o elemento volitivo<br />

na eclosão do evento exorbitado. Como bem diz La Medica “a <strong>de</strong>sproporção entre<br />

a <strong>de</strong>fesa e a ofensa, mais do que uma condição, constitui a base do excesso culposo”<br />

(LA MEDICA, 1996, p. 191).<br />

119

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!