13.04.2013 Views

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

COMPÊNDIO DE DIREITO PENAL • <strong>Rodrigo</strong> <strong>Larizzatti</strong><br />

Porém, diante da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver uma reação legítima <strong>de</strong> alguém que seja<br />

atacado por terceiro que supõe, por erro, estar sendo vítima <strong>de</strong> agressão, po<strong>de</strong>rá haver<br />

a legítima <strong>de</strong>fesa real da legítima <strong>de</strong>fesa putativa – um indivíduo está em sua residência<br />

e, quando aparece um amigo do lado <strong>de</strong> fora que pula seu muro, acredita estar sendo<br />

vítima <strong>de</strong> um roubo e reage efetuando um disparo <strong>de</strong> advertência, ocorre que este “intruso”<br />

também está armado e dispara contra o primeiro atingindo-o mortalmente; o<br />

primeiro teria agido em legítima <strong>de</strong>fesa putativa, pois acreditava estar sendo agredido,<br />

e o segundo teria atuado em legítima <strong>de</strong>fesa real.<br />

Nesse sentido:<br />

“Se cada um dos contendores agiu na certeza <strong>de</strong> que se <strong>de</strong>fendia<br />

<strong>de</strong> um ataque injusto, justificativa plausível <strong>de</strong>ntro das circunstâncias<br />

doa autos, é <strong>de</strong> se reconhecer, em face <strong>de</strong> ambos, a legítima <strong>de</strong>fesa<br />

recíproca” (TJSP – RT 439/370).<br />

2.2.4. Legítima <strong>de</strong>fesa sucessiva<br />

É aquela relativa à <strong>de</strong>fesa contra o excesso. Assim, quando o agredido, agindo em<br />

ato <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, exagera, transpondo os limites da exculpante, seu atuar passa a ser consi<strong>de</strong>rado<br />

ilegítimo, permitindo que o antes agressor agora tenha amparo jurídico para<br />

se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r.<br />

Como ensina Rogério Greco, “aquele que viu repelida a sua agressão, pois que injusta<br />

inicialmente, po<strong>de</strong> agora alegar a exclu<strong>de</strong>nte a seu favor, porque o agredido passou<br />

a ser consi<strong>de</strong>rado agressor, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu excesso” (GRECO, 2006, p. 392).<br />

2.2.5. O <strong>de</strong>safio e a provocação<br />

Não po<strong>de</strong>rá alegar legítima <strong>de</strong>fesa aquele que aceita o <strong>de</strong>safio para uma luta, uma<br />

vez que o duelo não é permitido pela legislação pátria. Colando a jurisprudência, “o<br />

reconhecimento da agressão, pelo acusado, com a alegação <strong>de</strong> que aceitou <strong>de</strong>safio da<br />

vítima, <strong>de</strong>sfigura a exclu<strong>de</strong>nte da legítima <strong>de</strong>fesa” (TARS – RT 441/473 e TACRSP –<br />

RT 437/379, JTACRIM 42/132).<br />

Já com relação à provocação, esta não afasta a possibilida<strong>de</strong> da legítima <strong>de</strong>fesa se<br />

não constituir uma agressão – uma pessoa não po<strong>de</strong>rá espancar um <strong>de</strong>safeto que lhe<br />

provocou dizendo-lhe palavras <strong>de</strong> baixo calão. Se porventura isso ocorrer, o agente<br />

provocador estará legitimado a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se. Porém, se esta provocação tiver como intuito<br />

dar ensejo a uma agressão para que se possibilite uma reação, a exclu<strong>de</strong>nte estará<br />

afastada.<br />

2.3. Estrito cumprimento do <strong>de</strong>ver legal<br />

Também não haverá crime, pela falta <strong>de</strong> antijuridicida<strong>de</strong>, se o agente cometer um<br />

fato típico em estrito cumprimento do <strong>de</strong>ver legal.<br />

Como a lei não po<strong>de</strong> conter contradições, quem cumpre uma norma, um <strong>de</strong>ver imposto<br />

pelo or<strong>de</strong>namento jurídico, não po<strong>de</strong>rá, ao mesmo tempo, estar praticando uma<br />

infração <strong>penal</strong>. Nesse sentido, “inadmissível a con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> miliciano que se vê obri-<br />

116

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!