13.04.2013 Views

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

Compêndio de Direito penal Rodrigo Larizzatti - Gravo Papers

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1. INTRODUÇÃO<br />

COMPÊNDIO DE DIREITO PENAL • <strong>Rodrigo</strong> <strong>Larizzatti</strong><br />

CAPÍTULO III<br />

A ANTIJURIDICIDADE<br />

A antijuridicida<strong>de</strong> é o segundo elemento constitutivo do crime. Para que um <strong>de</strong>terminado<br />

fato seja consi<strong>de</strong>rado um <strong>de</strong>lito, <strong>de</strong>ve ser um fato típico e antijurídico. Quanto<br />

ao fato típico, já foi visto quase que em sua totalida<strong>de</strong> no capítulo anterior, restando<br />

apenas o estudo acerca da antijuridicida<strong>de</strong> para que possamos concluir esta etapa.<br />

A antijuridicida<strong>de</strong> nada mais é do que a contrarieda<strong>de</strong> da conduta à norma <strong>penal</strong>,<br />

ao or<strong>de</strong>namento jurídico vigente.<br />

Todo fato típico é, por natureza, antijurídico, uma vez que está previsto na legislação<br />

como oposto ao <strong>Direito</strong>. Porém, existem disposições legais que excluem essa ilicitu<strong>de</strong>,<br />

dando a um fato que é típico o aspecto da legalida<strong>de</strong>, hipótese em que não haverá<br />

conduta criminosa a apurar.<br />

2. CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ANTIJURIDICIDADE<br />

O <strong>Direito</strong> prescreve situações que retiram a antijuridicida<strong>de</strong> do fato típico; circunstâncias<br />

que compõem as chamadas normas penais permissivas, por consentirem a prática<br />

<strong>de</strong> um fato tipificado na lei. A exclusão da antijuridicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma ação não implica<br />

no <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> sua tipicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vendo falar-se em conduta típica justificável. É<br />

o que trata o art. 23 do CPB 100 .<br />

Ou seja, mesmo que o sujeito pratique um fato tipificado na norma, se ele estiver<br />

amparado por uma das situações <strong>de</strong>scritas não haverá crime. Assim, o or<strong>de</strong>namento<br />

jurídico faz a previsão das circunstâncias que retiram <strong>de</strong> um fato típico a feição da<br />

ilicitu<strong>de</strong>.<br />

Mas para que o agente esteja albergado por uma das normas permissivas, como ensina<br />

Johannes Wessels: “... <strong>de</strong>ve agir no conhecimento da situação <strong>de</strong> fato justificante e<br />

com fundamento em uma autorização que lhe é conferida através disso, ou seja, querer<br />

atuar juridicamente” (WESSELS, 1976, p. 62-63). O sujeito não po<strong>de</strong>rá aproveitar-se da<br />

situação <strong>de</strong>scriminante para causar um resultado lesivo voluntário.<br />

2.1. Estado <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong><br />

A primeira causa exclu<strong>de</strong>nte da antijuridicida<strong>de</strong> prevista na norma <strong>penal</strong> é o chamado<br />

estado <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>, previsto no art. 24 do Código Penal Brasileiro 101 .<br />

O estado <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> pressupõe a existência <strong>de</strong> um conflito entre interesses legítimos,<br />

protegidos pelo <strong>Direito</strong>, sendo que um <strong>de</strong>les po<strong>de</strong>rá ser sacrificado licitamente<br />

para que o outro sobreviva. Nele observa-se uma ação protetiva <strong>de</strong> direito.<br />

100 CPB – Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato: I – em estado <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>; II – em legítima <strong>de</strong>fesa; III – em estrito<br />

cumprimento do <strong>de</strong>ver legal ou no exercício regular <strong>de</strong> um direito.<br />

101 CPB – Art. 24. Consi<strong>de</strong>ra-se em estado <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> quem pratica o fato para salvar <strong>de</strong> perigo atual, que não provocou por sua<br />

vonta<strong>de</strong>, nem podia <strong>de</strong> outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.<br />

111

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!