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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 2 • 99<br />

seguinte: às vezes a cegueira subscreve a malícia, <strong>de</strong> modo que uma<br />

pessoa não tenha qualquer consciência <strong>de</strong> seu próprio mal, como se<br />

ela fosse completamente insensível. Esta é a posição daqueles que se<br />

enganam com uma boa intenção, como a chamam, o que é <strong>de</strong> fato fútil<br />

fantasia. Em alguns casos a malícia tem uma tal ascendência que,<br />

a <strong>de</strong>speito das restrições da consciência, uma pessoa se arroja em<br />

direção à impieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse tipo assemelhando-se a <strong>de</strong>mência. 15 Portanto,<br />

não surpreen<strong>de</strong> que Paulo <strong>de</strong>clare que os príncipes <strong>de</strong>ste mundo<br />

não teriam crucificado a Cristo, se porventura tivessem conhecido a<br />

sabedoria <strong>de</strong> Deus. Porque os fariseus e escribas não sabiam que a<br />

doutrina <strong>de</strong> Cristo era verda<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> modo que vagueavam, como homens<br />

entorpecidos, em meio a suas próprias trevas.<br />

9. Mas como está escrito: O que olhos não viram etc. Todos concordam<br />

que esta passagem é tomada <strong>de</strong> Isaías 64.3 (na LXX é 4); e visto<br />

que à primeira vista o significado é óbvio e fácil, os intérpretes não se<br />

dão muito ao trabalho <strong>de</strong> explicá-la. No entanto, ao atentar para ela<br />

mais <strong>de</strong> perto, duas diferenças bem sérias aí surgem. A primeira consiste<br />

em que as palavras, como usadas por Paulo, não concordam com<br />

as palavras do profeta. A segunda consiste em que Paulo parece estar<br />

operando em linhas diferentes das do profeta, e assim a <strong>de</strong>claração do<br />

profeta parece ter um propósito totalmente estranho a seu <strong>de</strong>sígnio.<br />

Então trataremos primeiramente das palavras. Uma vez que são<br />

ambíguas, os intérpretes explicam-nas <strong>de</strong> diferentes formas. Alguns as<br />

traduzem nesta forma: “Des<strong>de</strong> os primórdios do mundo os homens não<br />

têm ouvido nem percebido com os ouvidos, e nenhum olho tem visto<br />

Deus além <strong>de</strong> ti, que age [faciat] <strong>de</strong> tal maneira em favor daquele que<br />

espera nele.” Outros interpretam as palavras como direcionadas para<br />

Deus, como segue: “Olhos não viram, nem ouvidos ouviram além <strong>de</strong> ti, ó<br />

Deus, as coisas que fizeste por aqueles que esperam em ti.” Literalmente,<br />

contudo, a intenção do profeta é esta: “Des<strong>de</strong> o princípio do mundo<br />

15 A distinção traçada por Calvino é ilustrada por uma afirmação <strong>de</strong> Salomão em Provérbios<br />

21.27: “O sacrifício do perverso é abominação; quanto mais quando ele a associa com<br />

uma mente perversa.” hmzb – “com um <strong>de</strong>sígnio perverso.”

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