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Comentário de 1 Coríntios

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Capítulo 2 • 103<br />

“as coisas profundas”, <strong>de</strong>ve-se enten<strong>de</strong>r não pensamentos secretos, os<br />

quais não nos é permitido investigar, mas toda a doutrina da salvação,<br />

a qual as Escrituras teriam posto diante <strong>de</strong> nós sem qualquer objetivida<strong>de</strong>,<br />

se Deus, por intermédio <strong>de</strong> seu Espírito, não conduzisse nossas<br />

mentes a ela.<br />

11. Pois qual dos homens sabe? Paulo preten<strong>de</strong> ensinar duas<br />

coisas aqui: Primeiramente, que a doutrina do evangelho só po<strong>de</strong> ser<br />

assimilada pelo testemunho do Espírito Santo; e, segundo, que aqueles<br />

que possuem um testemunho <strong>de</strong> tal natureza, provindo do Espírito<br />

Santo, também possuem uma certeza tão sólida e firme, como se pu<strong>de</strong>ssem<br />

realmente tocar com suas próprias mãos o que crêem, pois o<br />

Espírito é uma testemunha fiel e confiável. Isso ele prova pela similitu<strong>de</strong><br />

[similitudine] extraída <strong>de</strong> nosso próprio espírito. Pois cada um <strong>de</strong><br />

nós é cônscio <strong>de</strong> seus próprios pensamentos; e, em contrapartida, o<br />

que vai escondido no coração humano é <strong>de</strong>sconhecido a outros. Semelhantemente,<br />

o conselho e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus são <strong>de</strong> tal natureza que<br />

se acham ocultos <strong>de</strong> todos os homens; pois “quem foi seu conselheiro?”<br />

[Rm 11.34]. Portanto, ele [coração <strong>de</strong> Deus] é um recesso secreto<br />

e inacessível a todo o gênero humano. Mas, se o próprio Espírito <strong>de</strong><br />

Deus nos introduzir a ele, ou, em outros termos, nos fizer mais familiarizados<br />

com aquelas coisas que são, por outro lado, ocultas <strong>de</strong> nossa<br />

percepção, então não <strong>de</strong>ve haver motivo para hesitação, porquanto<br />

não existe nada em Deus que escape à observação <strong>de</strong> seu Espírito.<br />

Entretanto, esta similitu<strong>de</strong> não aparenta ser totalmente apropriada.<br />

Porque, visto que falar é uma ativida<strong>de</strong> caracteristicamente<br />

mental, o ser humano comunica suas disposições uns aos outros para<br />

que se tornem familiarizados, cada um com o pensamento do outro.<br />

Por que, pois, não po<strong>de</strong>ríamos assimilar na Palavra <strong>de</strong> Deus qual é sua<br />

vonta<strong>de</strong>? Pois embora o gênero humano, por pretensão e falsida<strong>de</strong>,<br />

às vezes obscureçam, em vez <strong>de</strong> revelarem, seu real estado mental,<br />

o mesmo não se dá com Deus, cuja Palavra é a verda<strong>de</strong> absoluta e<br />

sua genuína e viva imagem. Não obstante, <strong>de</strong>vemos observar cuidadosamente<br />

até que ponto Paulo pretendia esten<strong>de</strong>r esta similitu<strong>de</strong>. O

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